1 em cada 10 das mortes pelo câncer de mama em mulheres no Brasil são atribuíveis ao sedentarismo, isso equivale a 2075 mortes que poderiam ter sido evitadas com a prática regular de exercícios físicos. Aponta pesquisa coordenada pela UFMG que concluiu que o sedentarismo é grande fator de risco de mortalidade. A professora Deborah Carvalho Malta, do Departamento de Enfermagem Materno Infantil e Saúde Pública da Escola de Enfermagem da UFMG é co-autora e também coordenadora do estudo ‘Carga Global de Doenças’ no Brasil.
Na pesquisa foram analisados dados da mortalidade pelo câncer de mama na população brasileira feminina nos anos 1990 e 2015, cruzando essas informações com vários fatores de risco. Os dados da mortalidade foram retirados do estudo 'Carga Global de Doenças', que possui material sobre doenças de mais de 190 países e no Brasil já alcança os 27 Estados do país. Já as informações sobre os fatores de risco coletadas em várias pesquisas como Vigitel, questionário telefônico sobre fatores de risco para doenças crônicas realizada com a população pelo Ministério da Saúde e a Pesquisa Nacional de Saúde coordenada pelo IBGE.
Segundo Deborah, o fator de idade também é relevante quando se fala em sedentarismo. “O estudo concluiu, também, que há um aumento da mortalidade atribuível a inatividade física com o aumento da idade, mulheres a partir dos 50 anos, entre 50 a 69 anos, entre 70 anos e mais, têm um aumento do risco atribuível para o câncer de mama, em função da inatividade física. Então isso deve ser regularmente praticado e recomenda-se que os profissionais de saúde façam, então, essa orientação como rotina”, afirmou a professora.
Na análise das regiões do Brasil, foi constatado que estados com melhores indicadores socioeconômicos apresentaram as maiores taxas de óbitos de câncer de mama atribuível a inatividade física. O Rio de Janeiro aparece em primeiro lugar, com Rio Grande do Sul e São Paulo, em seguida. Outros fatores de risco também foram abordados no estudo. Uso de álcool, alto índice de massa corporal e dieta rica em açúcar, influenciaram em 6,5 % de todas as mortes por câncer de mama no Brasil em 1990 e 2015 respectivamente.
De acordo com a professora Débora Malta, pesquisas como essa mostram a importância de dar atenção também às práticas de prevenção primária a doenças como câncer de mama . “Nós sempre damos uma ênfase grande na prevenção do câncer de mama em exames de prevenção secundária, como por exemplo a realização de mamografia e também ao exame de mama feito pelos Profissionais de Saúde. Esse estudo aponta que a prevenção primária e as práticas de promoção da Saúde, são muito importantes no sentido da proteção, da promoção e da redução do risco de câncer de mama”, argumenta.
(Com Rádio UFMG Educativa, repórter Mateus Santos)