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Estratégias de comunicação científica são discutidas em seminário da Semana do Conhecimento

MESA ELIANE2Na última quinta-feira, 5 de outubro, estudantes de graduação, professores, bolsistas, voluntários e estudantes de iniciação científica estiveram reunidos, no auditório Maria Sinno da Escola de Enfermagem da UFMG, para o “Seminário da Semana do Conhecimento da Escola de Enfermagem da UFMG: Estratégias de Comunicação Científica”. O evento foi promovido pelo Núcleo de Assessoramento à Pesquisa (NAPq) da EEUFMG, coordenado pela professora Heloisa de Carvalho Torres.

De acordo com a professora Heloisa, o objetivo do evento é divulgar ações oferecidas pela UFMG e estimular os alunos a participarem cada vez mais ativamente de atividades acadêmicas (pesquisa, ensino e extensão). “É de suma importância abordar esse tema aqui na Escola de Enfermagem da UFMG para o desenvolvimento da ciência, uma vez que ela é responsável pela circulação de ideias e divulgação de resultados de pesquisas entre a comunidade acadêmica e transmissão do conhecimento para a população em geral.

A professora da Universidade de São Paulo (USP de Ribeirão Preto), Cristina Maria Galvão, ministrou a palestra de abertura sobre revisão integrativa: método para a síntese de conhecimento em enfermagem. Segundo ela, esse método teve impulso com a prática baseada em evidência que é uma abordagem de solução de problema para prestar o cuidado em saúde que integra a melhor evidência oriunda de estudos bem delineados e dados do cuidado do paciente e, combina com as preferências e valores do paciente e a expertise clínica do profissional de saúde.

Cristina explicou que a revisão integrativa tem seis etapas: elaboração da questão de pesquisa; busca na literatura dos estudos primários; extração de dados dos estudos primários; avaliação dos estudos primários; análise e síntese dos resultados da revisão e apresentação da RI. “Gosto de trabalhar com esse método porque traz como produto final recomendações para prática clínica e dá um mapeamento do estado atual de conhecimento sobre o tópico de interesse do revisor”.

Sobre os propósitos da revisão integrativa, a professora citou: definir conceitos examinar teorias; revisar evidências; analisar assuntos metodológicos. No que diz respeito às vantagens dessa revisão, a professora pontuou diferentes abordagens metodológicas e delineamentos de pesquisa; visão ampla do problema clínico e recomendações para a prática clínica.


DSC 0949                                                                                                                         Professora Cristina Maria Galvão 

Vida Acadêmica: A relação da universidade, dos estudantes e a sociedade
Durante o período da tarde, foi realizada a mesa-redonda sobre “Vida Acadêmica” que contou com a presença da professora Benigna Maria de Oliveira, Pró-Reitora de Extensão; professor Ado Jorio de Vasconcelos, Pró-Reitor de Pesquisa; do professor Ricardo Hiroshi Caldeira Takahashi, Pró-Reitor de Graduação; e do professor Tarcísio Mauro Vago, Pró-Reitor de Assuntos Estudantis.

De acordo com a subcoordenadora do Napq, professora Odete, o objetivo dessa mesa-redonda foi dialogar com a comunidade acadêmica sobre as possibilidades de integração entre as diversas atividades existentes na universidade e quais os benefícios para os alunos durante o curso e após a graduação. “É fundamental que os alunos conheçam as atribuições dos pró-reitores, para saber a quem eles devem recorrer, apresentar suas dúvidas e demandas”.

A Pró-Reitora de Extensão, professora Benigna, abordou sobre as políticas de extensão universitária da UFMG, da importância da extensão como uma dimensão da universidade formadora que contribui na formação dos estudantes e também para a formação cidadã. “A extensão, no tema do seminário, pensamos na divulgação científica como uma popularização da ciência, na construção de cidadãos mais críticos”, explicou a professora.

Ela também falou sobre as oportunidades que os estudantes têm de participarem de ações de extensão na universidade, sejam programas, projetos como bolsistas ou como voluntários, além das oportunidades dos editais para que tenham bolsas de extensão. Benigna também elogiou a iniciativa da Escola de Enfermagem em criar essa mesa-redonda. “É uma iniciativa muito interessante por reunir diferentes Pró-reitorias. Se a gente pensa na perspectiva da sociabilidade, ensino, pesquisa e extensão, nós de fato estamos discutindo a vida acadêmica em seus diversos âmbitos, porque a universidade vai além do que você faz em sala de aula”, declarou.

O professor Ado Jorio de Vasconcelos, Pró-Reitor de Pesquisa, discutiu sobre a visibilidade da pesquisa científica, sobretudo no aspecto de como a produção científica aparece nos meios de comunicação e como ela é medida, tanto do ponto de vista quantitativo, quanto no qualitativo.

Segundo Ado, existem diversos caminhos para buscar visibilidade e impacto do trabalho científico produzido. “Um desses caminhos é buscar publicações em revistas indexadas internacionalmente. O outro é procurar revistas que têm um impacto de visibilidade maior do que outras; com a publicação de revista de maior impacto, assim o trabalho acadêmico aparece em diversos sites de procura. Mas isso vai depender se o artigo ou trabalho acadêmico forem colocados nos lugares ideais e adequados”, elucidou.
MESA REIDONDA HELOISA
O professor também declarou que atualmente um dos meios de comunicação mais democráticos para a divulgação da produção cientifica é o Google Acadêmico. “Essa plataforma do Google tem se formado como um meio de divulgação que é capaz de encontrar as produções científicas das mais diversas formas e não de uma maneira seletiva, como diversos sites de busca fazem”.

O Pró-Reitor de Graduação, professor Ricardo Takahashi, falou da questão de pesquisa na perspectiva do universitário e como a dimensão acadêmica é mais complicada do que parece. “Uma questão que frequentemente se passa na cabeça das pessoas é que o estudante está na universidade para estudar, mas não é só isso, tem outras coisas que a universidade faz, pode ser em pesquisas teóricas, pesquisa em laboratórios, pesquisas em extensão, que envolve toda uma comunidade”, explicou.

De acordo com Takahashi, a condição para a produção do conhecimento e para a transmissão do conhecimento não pode ser apenas do que foi produzido no passado com o propósito de simplesmente transmitir para o futuro, o que deve ocorrer na verdade é uma a transmissão no contexto da crítica da geração do conhecimento.

“Eu creio que é importante abrir a perspectiva, a dimensão do que as pessoas planejam fazer na UFMG, incluindo esse aspecto de passar pela instituição aproveitando toda essa diversidade, oportunidades que incluem dentre outras a participação em atividade e pesquisa”, declarou Takahashi.

O professor Tarcísio Mauro Vago, explicou sobre a Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE) que foi criada em novembro de 2014, e era uma reivindicação histórica do movimento estudantil na UFMG, sendo aprovada por unanimidade pelo Conselho Universitário e falou sobre seus três eixos de atuação.

“A PRAE possui três eixos de desempenho: ações afirmativas, uma política orientada para o reconhecimento de identidades e de fortalecimento de vínculos de pertencimento à UFMG; assistência estudantil, uma política de assistência estudantil que visa a garantir a permanência na UFMG de estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica e risco social; e apoio a projetos de estudantes, uma política de apoio acadêmico a estudantes, que se inicia já na Recepção aos Calouros, e se estende por seu percurso”, contou o professor.

Tarcisio abordou também sobre o lançamento das chamadas para financiamento de projetos de estudantes que aconteceram no ano de 2016 e nesse ano, apostando que os estudantes conseguiriam apresentar propostas de projetos acadêmicos. “Em 2016, no primeiro ano que lançamos as chamadas de ações afirmativas e de apoio acadêmico, tivemos 53 projetos apresentados por estudantes. Agora em 2017, nós tivemos 99 projetos apresentados. Por uma questão de limitação orçamentária, em cada ano nós financiamos 35 projetos. Mas o mais interessante é que estudantes foram provocados e desafiados a apresentarem seus próprios projetos em ações afirmativas e em apoio acadêmico e foi muito especial ver esse trabalho acontecer”, explicou.