Calendário

Enfretamento da violência contra a mulher é tema de webconferência

IMG 20170830 WA00081O Projeto Telenfermagem da EEUFMG / Programa Nacional de Telessaúde realizou no dia 30 de Agosto a Webconferência sobre ”Enfretamento da violência contra a mulher”, com a participação de 20 profissionais conectados no estado de Minas Gerais. A Webconferência foi proferida pela professora Glaucia de Fatima Batista, Mestre em Ciência da Saúde pela Fundação Fio Cruz de Minas Gerais, Graduada em Serviço Social, e especialista em gênero e saúde. Atualmente trabalha na Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte.

Ela pontuou a diversidade da violência contra as mulheres sejam elas psicológicas, físicas, e destacou sobre as diferenças das pluralidade do gênero feminino. Segundo Glaucia,  somente com conhecimento que se podem combater os preconceitos em relação ao gênero, que muitas vezes estão fixos e incrustados na sociedade. “Não se nasce mulher, torna-se”.

Ela informou que a construção do gênero é feito pela sociedade, e os resultados dessa normatização são as múltiplas desigualdades de posições, de direito, de autonomia, de autoridade, de deveres, de acessos. “As prevalências da violência física/ou sexual que chegam ser quase 30% em todo o país”.

Abordou sobre os tipos de agressão que o sexo feminino pode ser submetido, como as físicas (tapas, empurrões, chutes...) e as psicológicas (humilhação, ameaças, privação de liberdade...) e suas consequências como perda de energia, dificuldade de concentração, dores musculares, tristeza, desconfiança, entre outros.

Gláucia explicou que, muitas vezes, as mulheres se mantém nessa situação devido ao fato de não reconhecerem o comportamento abusivo, possuir receio de ser discriminada ou assumir desejo de continuar nesse relacionamento, não abandonar o passado, o sentimento de vergonha e de incapacidade de lidar com a relação.

Além disso, salientou sobre o ciclo vicioso da violência que consta em três fases, a primeira da tensão, que vai se acumulando no agressor, depois vem o ataque e da chamou de “lua-de-mel”,  segundo a palestrante, que é quando o agressor envolve a vítima com carinho e atenção, e pode até se desculpar pelo ato.

A professora comentou, ainda, sobre como abordar essa questão no acolhimento, e também a importância de não dizer para pessoa o que fazer, pois a decisão é sempre dela. “Os profissionais da saúde devem evitar reações que possam constranger a vítima, ou fazer qualquer tipo de comentário pejorativo.  Somado a isso é importante que os profissionais lembrem que para sua própria segurança não se deve confortar o agressor”, pontuou.

Ela destacou que a legislação avançou muito nesse aspecto, porém ainda há números impactantes, como mostra a estática de que uma mulher a cada 15 segundas sofre algum tipo de violência no País. “Isso mostra que há muitos desafios como a forma de acolher de forma oportuna, trabalhando além das lesões físicas e a necessidade de trabalhar os paradigmas sobre a igualde de gêneros para tentar diminuir esses casos”, finalizou.