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Professoras do Curso de Gestão de Serviços de Saúde criam projeto de extensão sobre gestão e gentileza nos plantões noturnos do Hospital das Clínicas

geeestaoCom o objetivo de desenvolver ações pontuais, sistematizadas, de humanização e gentileza nas unidades do Hospital das Clínicas da UFMG que funcionam no plantão da noite e de tornar o espaço hospitalar importante cenário de ações para os alunos do curso de Gestão de Serviços de Saúde, foi criado o Projeto de Extensão “Gestão e Gentileza nos Plantões Noturnos do HC”, coordenado pela professora Sônia Maria Nunes Viana.
A coordenadora explicou que desde 2014, quando iniciou suas atividades do curso de Gestão de Serviços de Saúde no HC, observa que as ações de extensão e estágio acontecem sempre durante o dia. Em contato com os gestores do HC, as professoras agregaram dados e informações e concluíram que o plantão noturno possui uma realidade de relações de trabalho muito diferente do plantão diurno. “Em 2016 ofertamos a disciplina ‘Introdução a Administração Hospitalar’ nas dependências do Hospital com 12 alunos matriculados. A atividade principal dos alunos era um diagnóstico do serviço e, para nossa surpresa, a principal demanda dos funcionários era ‘serem reconhecidos’. Surgiu assim a ideia do Projeto, ofertado integralmente para os funcionários do plantão da noite”, enfatizou Sônia Viana.

A primeira etapa do projeto teve início na semana de 15 a 19 de maio e conta atualmente com participação de 17 alunos voluntários e das professoras Keli Bahia Felicíssimo Zocratto e Mirela Castro Santos Camargos. “Não sabíamos da dimensão e nem da aceitação deste projeto. Escolhemos o Serviço de Nutrição e Dietética (SND) e a Unidade de Processamento de Material Esterilizado (UPME) por serem setores sem contato direto com o paciente e por que também tivemos apoio das coordenações das unidades em avaliar o resultado da ação. Foi um sucesso, pois eram previstas duas ações e acabamos fazendo seis, já que a repercussão demandou o atendimento a todos os plantões noturnos destas duas unidades. O feedback da gestão também foi positivo. A intenção do Projeto ‘Gestão e Gentileza’ é, durante este ano, repetir a ação em todas as unidades do Hospital que tenham funcionários trabalhando no horário noturno”, relatou a professora.

A professora enfatizou, ainda, que foi uma grata surpresa o envolvimento entre os alunos e os funcionários do hospital. “Inicialmente era necessário algumas intervenções da parte dos professores para as articulações ensino e serviço, mas à medida que a proposta foi compreendida, o projeto encaminhou com participação quase que exclusiva dos alunos. Ganharam visibilidade dentro do hospital, aperfeiçoaram a capacidade de interlocução, buscaram alternativas para o enfrentamento de dificuldades e resistência. Ou seja, o projeto possibilitou o desenvolvimento de habilidades para os alunos que nem sempre são possíveis na dinâmica da sala de aula”.

funcionáariosOs funcionários participaram da construção de uma árvore onde colocaram o que esperam de gentileza no plantão noturno

A aluna do 8º período do curso de Gestão de Serviços de Saúde, Vera Lúcia Borges, participa das atividades e afirmou que o nome do projeto foi o que mais chamou atenção ao procurar a extensão. “A gentileza deve estar em toda parte, principalmente na área da saúde. Por se tratar de um projeto noturno dentro do Hospital das Clínicas, resolvi levantar a bandeira, pois gentileza gera gentileza”, ressaltou. 

Vera afirmou que os principais retornos que ela e seus colegas receberam desta primeira etapa vieram de cada visita, a cada plantão, do olhar e sorriso dos funcionários, do agradecimento pela atividade de integração e pelo gesto de gentileza com eles. “Para as próximas etapas, pretendemos continuar fazendo o melhor, levar gentileza e integração aos plantões noturnos do HC e acrescentar mais um pouco de experiência à nossa vida”.

Wilma Suely Romeiro, chefe da Unidade de Processamento de Material Esterilizado, completará 30 anos como funcionária do Hospital das Clínicas e afirmou que se interessou pela extensão porque, durante todos esses anos, sempre observou a carência de inclusão de atividades para os profissionais do período noturno. De acordo com ela, o projeto auxilia os estudantes a perceber a existência de uma população numerosa que muitas vezes não é vista e ajuda os profissionais de saúde se sentirem incluídos e representados pelo acolhimento dos extensionistas. “Esse projeto trouxe o interesse da maioria dos profissionais e a satisfação por terem sido lembrados”, relatou.