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Webpalestra aborda práticas educativas para Diabetes Mellitus

solangeO Projeto Telenfermagem da EEUFMG / Programa Nacional de Telessaúde realizou no dia 19 de Outubro a webpalestra sobre “Grupo Operativo: Práticas Educativas para Diabetes Mellitus”, com a participação de 30 pontos conectados no estado de Minas Gerais e Piauí. A webpalestra foi proferida pela docente Maria Teresinha Oliveira Fernandes, enfermeira da Educação Permanente da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte.

De acordo com ela, as doenças crônico-degenerativas merecem atenção cada vez maior dos serviços de saúde por sua relevância e prevalência, alto custo para os serviços de saúde, sociedade e família e também, devido ao sofrimento psicossocial do portador de doença crônica.

A enfermeira abordou a origem do grupo operativo e apresentou uma definição dada por Pichon-Rivièrie, que o caracteriza como “conjunto de pessoas, ligadas no tempo e espaço, articuladas por sua mútua representação interna, que se propõem, explícita ou implicitamente, a uma tarefa, interatuando numa rede de papéis e desenvolvimento de vínculos entre si”. Segundo Maria Teresinha, é indispensável aos profissionais de saúde que coordenam o grupo operativo fazer o assunto emergir; compreender a fundamentação teórica da dinâmica grupal, pois a teoria dá embasamento para a prática; ampliar o olhar sobre o grupo; e saber responder sobre qual a intencionalidade de fazer grupo.

Quatro pilares para consolidar um grupo foram apresentados: A Característica do Grupo (nível de escolaridade, ciclo de vida, tempo de diagnóstico da doença); A Demanda e a Formação Dos Grupos; Desenvolvimento do Grupo (realizar avaliação individual, discutir o tema escolhido, incentivar a participação); O Papel do Coordenador do Processo Grupal (mediar a operatividade do grupo, explicitação e a interpretação dos fatores implícitos, empoderamento para o autocuidado).
“Três observações importantes devem ser consideradas pelo coordenador do grupo: Temas Emergentes - que emergem nas falas dos participantes, por exemplo, revolta, medo das complicações futuras, inconformismo, dificuldade em aderir a dieta, entre outros. Elaboração do Material Didático – avaliar o que é necessário produzir. Indicadores de Avaliação e Acompanhamento do Processo Grupal - que compreendem a afiliação e pertença, a cooperação e ajuda mútua dentro do grupo, a comunicação e aprendizagem, e a pertinência”, explicou.

A importância de entender a cultura e a linguagem da comunidade, as barreiras individuais em relação ao tratamento, buscando entender como alguns conseguem levar a vida de maneira prazerosa enquanto outros sofrem com a presença da doença também foram destacada pelas enfermeira.

Finalizou destacando que os aspectos do grupo operativo não são estanques e nem lineares e que para os participantes o grupo é um espaço terapêutico de discussão que contribui para o seu crescimento pessoal, melhor convivência com a doença e ressignificação da experiência.