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Análise do estudo "Carga Global de Doenças" apresenta dados sobre a perda da saúde da população

Deborah FundepA Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) coordena a rede de estudos sobre a Carga Global de Doenças (GBD) no país. O estudo é fruto de um arranjo científico para mensurar de forma comparativa a perda de saúde decorrente de doenças, lesões e fatores de risco por idade, sexo e geografia.

O objetivo é localizar e analisar bases de dados que têm sido compartilhadas com a rede internacional, coordenada pela Universidade de Washington.

Com o apoio Fundep, desde 2021, a rede acompanha os dados da GBD em âmbito nacional e também nos países do Mercosul. Os professores da UFMG, Deborah Malta (Escola de Enfermagem) e Antônio Ribeiro (Faculdade de Medicina), são os coordenadores do grupo que conta, em sua base, com professores de outras universidades e institutos de pesquisa como USP, UFRGS, UFBA, UFOP, Fiocruz e UNB.

A partir das estimativas da Carga Global de Doenças e análise dos pesquisadores, é promovido, posteriormente, um curso de capacitação de profissionais de saúde para a utilização de ferramentas do estudo GBD. Entre as métricas acompanhadas pela rede estão as diferentes causas de mortalidade e incapacidades, fatores de risco e taxa de mortalidade. A iniciativa também faz a revisão dos dados e promove a produção científica dos estudos, a partir de análises específicas.

A rede GBD foi constituída no País em 2014 e, desde então, já foram produzidas várias análises em publicações de referência internacional. Em 2022, foram publicados 22 artigos pela Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. Os estudos estão alinhados aos desafios da Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), vinculados a saúde e bem-estar.

Em uma das análises, o grupo avaliou a proposta dos países do Mercosul e da Organização Mundial de Saúde(OMS), de promover a redução em 30% das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) - cardiovasculares, diabetes e cânceres - a ser alcançada até 2030. Para isso, os países deverão colocar em prática algumas ações, como medidas regulatórias, de controle do tabaco, dos alimentos ultraprocessados e da redução do álcool, por exemplo.

“No Mercosul, em geral, há um declínio dos dados de mortalidade por DCNT ao longo dos anos. Mas, especificamente, no Brasil houve uma estabilidade das taxas em anos recentes, sobretudo, em função das medidas de austeridade e do retorno a pobreza, que fez com que a redução contínua das taxas de mortalidade de anos anteriores tenha sido estabilizada”, explica a professora da UFMG Deborah Malta.

Em relação às análises dos acidentes de trânsito no Brasil, no horizonte de 1990 a 2019, foi demonstrada a redução das ocorrências de impacto a pedestres em 77%. Já os acidentes de moto aumentaram em 53%.

Análise do Estudo "Carga Global de Doenças" para o Brasil e países do Mercosul
Descrição: Quantificar, comparativamente, a magnitude da perda de saúde decorrente de doenças, lesões e fatores de risco, por idade, sexo, no tempo e localidades por meio das estimativas da Carga Global de doenças e adaptar curso a distância para capacitar profissionais de saúde para a utilização de ferramentas do estudo GBD.
Coordenação: Deborah Carvalho Malta – Professora da Escola de Enfermagem da UFMG e Pesquisadora do CNPQ
Execução: Departamento de Enfermagem Materno Infantil e Saúde Pública – Escola de Enfermagem da UFMG
Financiadores: Organização Pan-Americana da Saúde - OPAS
Data de início: 28/06/2021
Término previsto: 20/05/2023
(Com Assessoria de Comunicação da Fundep))