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[Opinião] É preciso falar sobre doação de órgãos dentro das famílias

doação de órgãosNo 27 de setembro comemora-se, no Brasil, o Dia Nacional do Doador de Órgãos e Tecidos para Transplante, sendo um momento em que se dá maior ênfase à conscientização da sociedade acerca da importância da doação. A doação é uma conduta que pode salvar ou melhorar a qualidade de vida de muitas pessoas que têm como única alternativa terapêutica o transplante. Trata-se de um ato de extremo amor e humanidade, que pode fazer muita diferença na vida de pacientes e suas famílias!

Contudo, as taxas de recusa de doação de órgãos em todo o país ainda são altas, e possuem, entre outras causas, o desconhecimento da sociedade acerca do processo de doação. A possibilidade da doação é apresentada às famílias no crítico contexto de morte encefálica de um familiar. A morte encefálica é uma condição rara em que, embora o coração continue batendo, é declarada a morte clínica e legal do indivíduo. Este contexto permite a possibilidade da doação de órgãos e tecidos para fins de transplante.

A decisão final de doar órgãos da pessoa já sem vida fica a cargo das famílias, o que se dá em momento difícil, concomitante à notícia de perda do familiar. Esse momento de dor extrema pode se tornar menos sofrido diante da possibilidade de se contribuir com a continuidade da vida de outras pessoas, a partir da doação de órgãos e tecidos do ente falecido.

Assim, é preciso que este assunto seja debatido no ambiente familiar e que as pessoas manifestem em vida seu desejo de tornar-se um doador após a morte. Essa conduta deixa os familiares mais seguros e confortáveis para a tomada de decisão, no difícil contexto da morte.

Apesar da maior mobilização ocorrer em setembro, essa sensibilização da sociedade deve ocorrer todos os dias, sempre que oportuna. O país tem uma infraestrutura ímpar para realizar transplantes e a fila por um órgão é enorme. É preciso maior envolvimento e engajamento da sociedade na temática doação. Faça parte dessa campanha! Doar órgãos é doar vida! Muitas vidas cabem em um sim!

Por: Jaqueline Almeida Guimarães Barbosa- Professora do Departamento de Enfermagem Básica da Escola de Enfermagem da UFMG e enfermeira Edna Andréa Pereira de Carvalho- Mestre em Gestão de Serviços de Saúde e Especialista em Transplante.

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