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Projeto da Faculdade de Medicina capacita profissionais para o acompanhamento do desenvolvimento infantil

Tedi MedicinaUm projeto da Faculdade de Medicina da UFMG irá capacitar profissionais da atenção primária à saúde (APS) visando fortalecer o acompanhamento do desenvolvimento de crianças de até cinco anos com apoio do aplicativo TEDI – Triagem e Estimulação do Desenvolvimento Infantil. O aplicativo foi desenvolvido por pesquisadores da UFMG e UFSC. A ideia é avaliar a efetividade da utilização do TEDI na APS e que os profissionais sejam multiplicadores desta estratégia em seus municípios, atuando na avaliação e orientação dos cuidados para promover o desenvolvimento pleno e saudável das crianças menores de cinco anos.

A ação é uma parceria da Faculdade de Medicina com a Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal e Fundação Porticus, com apoio do Ministério da Saúde. Nesta primeira etapa, participam da capacitação profissionais de Brumadinho (MG), Juatuba (MG), Porto Alegre (RS), Campo Grande (MS), Castanhal (PA) e Tanhaçu (BA). As cidades foram escolhidas a partir da análise de indicadores de uso do e-SUS, dados de vulnerabilidade entre menores de cinco anos, cobertura da Estratégia de Saúde da Família, entre outros.

Entre os participantes estão médicos e enfermeiros da APS e também profissionais da equipe multiprofissional, como fonoaudiólogos, psicólogos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais. Ao todo, 140 multiplicadores serão formados e certificados pela UFMG para reproduzir o uso do app com seus colegas. O curso teve início no dia 5 de maio e irá até outubro, incluindo um período de quatro meses de supervisão clínica por facilitadoras experientes na avaliação do desenvolvimento infantil. Além da certificação, os participantes estarão aptos a reproduzir o conteúdo do curso com seus pares.

A professora da Faculdade de Medicina da UFMG e coordenadora do projeto, Cláudia Lindgren, explica que o principal desafio é a priorização do desenvolvimento infantil no cotidiano da APS. “Essa é uma das metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU e, também, uma prioridade absoluta na pandemia. Temos inúmeros estudos mostrando o impacto da pandemia, do isolamento social e do estresse parental sobre o desenvolvimento da criança pequena”, afirma.

“Mais do que nunca, nós profissionais da saúde temos a responsabilidade de identificar precocemente as crianças que vão precisar de acompanhamento mais próximo em função dos efeitos negativos da pandemia para seu desenvolvimento, e o TEDI pode ser de grande ajuda na identificação destes casos”

Nesse sentido, o curso vai ajudar os profissionais a fazer a triagem das crianças que realmente necessitam de reavaliação para diagnóstico de problemas de desenvolvimento, diminuindo a sobrecarga nos serviços especializados e tornando a APS mais resolutiva neste aspecto. “O objetivo é colocar uma ferramenta na mão dos profissionais que estão mais próximos das famílias, que ajude na triagem das crianças que necessitem de avaliação e intervenção especializada. Além disso, oferece recursos para que o profissional seja capaz de orientar os cuidadores sobre estimulação das crianças que não precisarão de uma intervenção especializada”, ilustra a professora.

TEDI
O TEDI é um aplicativo para triagem de alterações do desenvolvimento e comportamento de crianças de 1 a 65 meses e de fatores de risco no contexto familiar. Oferece, também, vídeos com estímulos para cada faixa etária e orientações para os cuidadores.

O aplicativo reúne informações do Survey of Well-being of Young Children (SWYC) e da Caderneta da Criança, visando auxiliar os profissionais de saúde na triagem de problemas de desenvolvimento e comportamento infantil, na interpretação desses resultados e na tomada de decisões.

Confira aqui o site.

Saiba mais:

(Centro de Comunicação da Faculdade de Medicina da UFMG)