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Cartilha orienta sobre o trato de animais domésticos e silvestres nos campi

Nos últimos dois anos e meio, 229 cães e gatos foram registrados no campus Pampulha, e 80 gatos, no campus Saúde da UFMG. Alguns deles já receberam microchips para monitoramento, no caso de serem encontrados fora dos territórios da Universidade. Essas são algumas das informações reunidas na cartilha Manejo populacional de animais nos campi da UFMG, recém-atualizada pela Comissão Permanente de Políticas de Animais da Universidade.

O objetivo da comissão, composta de professores e técnicos, é manter a colônia estável, tratada e vigiada. O manejo é feito com apoio de 45 representantes nas diversas unidades acadêmicas e administrativas, que formam o chamado grupo de cuidados. Eles estão capacitados para lidar com os bichos e tomar medidas iniciais. Os cães e gatos recebem água e alimentos de forma adequada em bebedouros e comedouros padronizados com localização estratégica, e a orientação é que os frequentadores dos campi não alimentem esses bichos, para evitar que mais animais nessa situação se instalem nos campi e que proliferem roedores e insetos.

gatosCAMPUS SAUDEGatos do campus Saúde

“O trabalho dos cuidadores é fundamental”, afirma a professora Danielle Magalhães Soares, da Escola de Veterinária, integrante da comissão. Os animais são cuidados e acompanhados e, em caso de doenças, acidentes, necessidade de cirurgias, são encaminhados ao Hospital Veterinário da UFMG, que também realiza os procedimentos de controle reprodutivo.

Os 480 porteiros e vigilantes dos campi da Universidade logo terão em seu poder pastas com uma série de orientações para ocorrências com animais domésticos e silvestres.

Ao mesmo tempo que recebe o registro, cada animal é castrado, vacinado e vermifugado. No campus Pampulha, 75 gatos e 26 cães foram esterilizados, 32 animais foram adotados, e 15 estão em lares temporários, seja porque estão doentes, têm idade avançada ou apresentam comportamento compatível com adoção. No campus Saúde, 86 gatos já foram castrados, e alguns deles foram encaminhados para adoção desde a instituição da comissão.

Animais silvestres
Criada em 2019, já na gestão atual da UFMG, a Comissão Permanente de Políticas de Animais nos Campi tem foco também no monitoramento de animais silvestres, com apoio de recursos como o GPS. O presidente da comissão, Luiz Carlos Villalta, que é professor da Fafich, revela que micos têm sido atropelados e eletrocutados nos territórios da Universidade. “Apelamos aos motoristas que redobrem os cuidados quando trafegam pelos campi, e aos responsáveis pela manutenção da fiação elétrica que mantenham a segurança dessa estrutura”, afirma Villalta. Ele informa que há projetos de construção de passarelas para travessia de animais silvestres e elaboração de campanhas contra abandono e maus-tratos de animais domésticos e silvestres. “Por causa da difícil situação orçamentária das universidades federais, contamos com a participação de empresas privadas para viabilizar essas iniciativas.”

Villalta salienta que o trabalho feito pela comissão da UFMG não deve servir de estímulo para que as pessoas abandonem animais domésticos nos campi. “É preciso lembrar que abandono e maus-tratos de animais constituem crime, e, assim como acontece em qualquer lugar da cidade, comportamento desse tipo nos espaços da Universidade pode ser objeto de investigação e ação punitiva por parte das autoridades”, reforça o professor.

A UFMG tem sido procurada por dirigentes de outras universidades interessados em criar estruturas similares de manejo de animais em seus campi.

A comissão publicou outras duas cartilhas que orientam sobre a guarda responsável de cães e de gatos.

(Com Centro de Comunicação da UFMG)