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Janeiro Roxo: no mês de conscientização sobre a Hanseníase, professores destacam a importância da informação

O Ministério da Saúde, em 2016, oficializou o mês de janeiro como o mês da conscientização sobre a Hanseníase e definiu a cor roxa como símbolo para as campanhas educativas sobre a doença. Durante todo o mês são desenvolvidas ações que buscam a atenção da população e dos profissionais de saúde em relação aos sinais e sintomas, diagnóstico, tratamento e prevenção da doença. O último domingo de janeiro é marcado como o Dia Mundial de Luta Contra a Hanseníase. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil concentra 90% dos registros de hanseníase nas Américas. Em 2019, de acordo com o DATASUS, no estado de Minas Gerais, foram notificados 1.495 casos da doença, enquanto em Belo Horizonte foram registradas 157 notificações.

2Infografico HanseniaseSobre a Hanseníase
Doença crônica e infectocontagiosa, causada pela bactéria Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen, que atinge principalmente a pele e os nervos periféricos. Os nervos superficiais da pele e os troncos periféricos, localizados na face, pescoço, abaixo dos cotovelos e joelhos e no terço médio do braço, são os principais locais acometidos pela doença, no entanto, a hanseníase pode afetar também os órgãos internos (mucosas, testículos, baço, fígado) e os olhos.

Transmissão
A bactéria é transmitida pelas vias respiratórias por meio do convívio prolongado com um doente que não está em tratamento, por contato com gotículas de saliva ou secreções do nariz. O período de incubação (tempo entre a aquisição da doença e a manifestação dos sintomas) varia de seis meses a cinco anos. O ato de tocar a pele de uma pessoa com hanseníase não transmite a doença. Estima-se que 90 a 95 pessoas em cada 100 possuem resistência natural contra a doença.

Sinais e sintomas
A hanseníase manifesta-se por meio de manchas brancas, vermelhas ou marrons em qualquer parte do corpo, que são pouco visíveis e com limites imprecisos. As manchas apresentam alteração de sensibilidade à dor, ao tato e à temperatura, e também, perda de pelos e ausência de transpiração. Quando o nervo de uma área é afetado, surgem dormência, perda de tônus muscular e retrações dos dedos, com desenvolvimento de incapacidades físicas. Nas fases agudas, podem aparecer caroços e/ou inchaços nas partes mais frias do corpo, como orelhas, mãos, cotovelos e pés.

Diagnóstico e tratamento
A hanseníase é uma doença que tem cura e o diagnóstico e o tratamento são oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com a maioria dos casos sendo acompanhados inteiramente pelos profissionais da Atenção Primária à Saúde. O tratamento é realizado por meio da associação de medicamentos (poliquimioterapia) e o tempo de tratamento varia de 6 meses, para a forma paucibacilar da doença, a 12 meses, para a forma multibacilar.

Prevenção
Ter hábitos saudáveis, alimentação adequada, evitar o álcool e praticar atividade física associada a condições de higiene, contribuem para dificultar o adoecimento pela Hanseníase. A melhor forma de prevenção é o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, assim como o exame clínico e a indicação de vacina BCG para melhorar a resposta imunológica dos contatos do paciente. Desta forma, a cadeia de transmissão da doença pode ser interrompida. A ampla divulgação de informações também é uma importante forma de prevenir a doença, uma vez que contribui para a extinção do estigma e possibilita que a população esteja atenta à forma de transmissão e aos possíveis sinais e sintomas, o que favorece o diagnóstico precoce.

Informação em Primeiro Lugar
Os integrantes dos Grupos de Estudos Saúde na Rua e NEPHANS, em parceria com o Comitê Estadual de Enfrentamento da Hanseníase, desenvolvem atividades pesquisa, extensão e gestão a fim de produzir conhecimento na área, disseminar informações sobre a doença, desmistificar conceitos errôneos e combater a discriminação. O mês de Janeiro ROXO é, portanto, uma oportunidade para se intensificar esse trabalho e estabelecer parcerias junto a profissionais de saúde que precisam estar preparados para identificar e acolher os pacientes, fornecendo orientações acerca do adequado tratamento, dos cuidados e da rotina medicamentosa, tornando-os protagonistas em seu processo de cura.
Para mais informações e para que essa discussão ganhe voz não somente durante o Janeiro Roxo, mas durante todos os meses do ano, acesse as páginas: @nephansufmghttp://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/43456 ou https://www.saude.mg.gov.br/hanseniase

Produção do texto: Projeto de Extensão - Aperfeiçoamento da assistência e educação em saúde para a população em situação de rua (Saúde na Rua). Coordenadora: professora Giselle Lima
Núcleo de Estudos e Pesquisas em Hanseníase (NEPHANS). Coordenador: professor Francisco Carlos Lana
Comitê Estadual de Enfrentamento da Hanseníase. Coordenadora: Marcela Ferraz