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Práticas de distanciamento social devem continuar mesmo com o retorno das atividades

Topinho Novo normal 1024x232Medidas de flexibilização do isolamento social e reabertura do comércio não essencial já estão sendo adotadas por pelo menos 14 estados brasileiros, segundo levantamento realizado pela Agência Brasil e publicado no último dia 22. Mesmo com o número crescente de casos no país, que já atingiu mais de um milhão de infectados, governantes planejam o retorno das atividades. Mas a retomada não significa fim dos cuidados com o contágio do coronavírus.

O chamado novo normal, de acordo com o infectologista e professor do Departamento da Faculdade de Medicina da UFMG, Unaí Tupinambás, é uma mudança no comportamento que deve ser adotada até que haja uma vacina eficaz contra o vírus. “A gente vai ter que manter sempre uma distância social; se a gente tiver um quadro gripal, a gente vai ter que ficar em casa ou sair com a máscara, que é um item de primeira necessidade; a questão da lavação de mãos de ser mantida; e o cuidado de prevenção, não só de pegar uma infecção de vias aéreas, mas também de passar essa infecção. E a gente não tem esse muito esse hábito. A partir desse sinal que foi dado pela covid-19, a gente vai ter que ter mais esses cuidados daqui para frente”, detalha.

Próximo do fim?
De acordo com o professor Unaí, não há uma previsão para o fim da pandemia. “Só vai acontecer com a vacina, que a gente não sabe quando vai estar disponível para toda a população mundial, temos que produzir sete bilhões de doses. Pelo menos, a gente tem uma notícia boa: as vacinas, duas em fase final de testes, têm se mostrado muito seguras e eficazes. Quem sabe não vai ser uma esperança para a gente poder retomar nossas atividades?”, avalia.

O professor lembra que, assim como no caso da covid-19, só a vacina foi capaz de reestabelecer a normalidade. “Foi assim com o sarampo e com a varíola, por exemplo. Para você ter uma ideia, o HIV não existe vacina, mas existe medicamento – quem tem o vírus, não morre pelo HIV – mas a doença se espalha. Aumenta o número de casos, mas diminui a mortalidade. No sarampo, não têm casos por causa da vacina. No caso da covid-19, não temos nem vacina e nem medicamento, ainda”, compara.

Leia também: Produção da vacina pode ser melhor chance contra o coronavírus

Novas alternativas
Reuniões em ambientes fechados, como ocorrem nas salas de aula e na maioria dos escritórios e ambientes de trabalho, devem ser evitadas. Para o professor, é preciso repensar essas atividades e buscar novas alternativas. “Numa cidade do interior, onde tem mais espaço, por que não transformar o escritório da repartição pública? Fecha a rua e põe lá um tablado e uma tenda vazada e as pessoas trabalham ali. Quanto mais troca de ar acontecer naquele ambiente, menor é o risco de exposição [ao coronavírus]”, sugere. “Essas questões têm que ser discutidas com a população. Nas escolas também, principalmente no interior. Em Belo Horizonte, é mais difícil, pela questão de espaço. Mas na escola do interior, você pode fechar uma rua e colocar uma turma no pátio, outra no estacionamento, outra na rua… Vai ter aquele estranhamento inicial, mas vai reduzir muito o aparecimento de surtos da doença”, avalia.

Twitter 2 Novo normal 1024x512Essa não seria a primeira vez que medidas como essas seriam tomadas. Durante a pandemia de gripe espanhola, que aconteceu em 1918, há registros de reuniões ao ar livre, em São Francisco (EUA). “Mesmo no verão, faz muito frio, em São Francisco. Nós temos que usar o clima a nosso favor. No Brasil, mesmo no inverno, a gente tem temperaturas amenas. Então, você pode usar desses espaços, sair das quatro paredes e ir para uma área aberta”, compara.

“A maioria dos surtos ocorrem em ambientes fechados. Se você está trabalhando ou estudando em um ambiente aberto, você tem muito menos chance de ocorrer a transmissão. Eu acho interessante começar a discutir desde já porque a gente vai ter que voltar para as atividades em algum momento, antes de a vacina eficaz e disponível para todos chegar.”

Como usar a máscara
O professor Unaí Tupinambás dá dicas para o uso correto da máscara:

A máscara deve ser usada, o tempo todo, cobrindo o nariz e a boca;
É bom que a máscara caseira seja de tripla face. Antes a recomendação era de duas faces de tecido, que não protege tanto, mas é melhor que nada;
A máscara deve ser trocada a cada duas horas. Se você vai trabalhar por oito horas, tem que levar a quatro máscaras e realizar as trocas.
Quem utiliza a máscara de forma correta só em ambientes fechados, como mercados e drogarias, não está protegido. Apenas protege o outro;
A proteção da máscara não é oito ou oitenta: a máscara cirúrgica protege mais que a máscara caseira, que protege mais do que não usar nada.
Novo normal
Para evitar o contágio pelo coronavírus, ações de isolamento social foram adotadas em todo o mundo. A pandemia e o distanciamento social modificam nosso cotidiano e alteram nossas relações e prioridades. Por isso, esse é o tema do Saúde com Ciência dessa semana. Confira a programação:

A mudança no conceito de normalidade
Cuidados e novas alternativas
Reabertura: é hora de voltar ao normal?
Ondas múltiplas e experiência internacional
Pelas telas: a virtualização das relações
Sobre o Programa de Rádio

O Saúde com Ciência é produzido pelo Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h. Também é possível ouvir o programa pelo serviço de streaming Spotify.
(Com Assessoria de Comunicação da Faculdade de Medicina da UFMG)