Nesta terça-feira, 12, foi realizada a abertura da 81ª Semana Brasileira de Enfermagem Escola de Enfermagem da UFMG. O evento foi transmitido ao vivo pelo Instagram da Escola e contou com uma mensagem da professora Sônia Maria Soares, diretora da EEUFMG. Em sua fala, ela destacou a importância da enfermagem no combate ao coronavírus. “Esta celebração ficará para a história da enfermagem em todo contexto mundial. É muito emocionante, neste período tão difícil e triste que estamos vivendo, ver líderes mundiais falando e exaltando o trabalho da enfermagem, como foi o caso do Papa Francisco. Historicamente nas comemorações anteriores, os líderes mundiais não prestavam o devido reconhecimento do papel da enfermagem”, relata.
Sônia enfatiza que é importante lutar para a melhoria das condições de trabalho de todos os profissionais de enfermagem e destaca que este é também um momento de muitas oportunidades pela visibilidade no contexto mundial. “Mundialmente, o ano de 2020 dá visibilidade à Enfermagem por ser indicado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como o Ano Internacional da Enfermagem e da Enfermagem Obstétrica, coincidindo com o bicentenário de Florence Nightingale (1820-1910), precursora e fundadorada Enfermagem Moderna. Segundo a OMS, o marco comemorativo objetiva o reconhecimento do trabalho de enfermeiras, enfermeiros e parteiras em todo o mundo, bem como a defesa de maiores investimentos para tais profissionais e a melhoria das suas condições de trabalho, educação e desenvolvimento profissional. Com efeito, a OMS registra o déficit mundial de 9 milhões de enfermeiras(os) e parteiras para atingir a meta de cobertura universal desaúde até 2030”, explica.
Apesar da atual valorização dos profissionais de enfermagem, a professora Sônia Soares reitera que ainda há um longo caminho a percorrer. “Diante de todo esse cenário, eu me concentrei em algumas perguntas. Como desenvolver em meio ao caos? Nesse momento de ganhos e perdas, qual a história que nós queremos escrever? Precisamos compreender tudo que esse período está trazendo para o contexto da profissão, como a força da proatividade, quais são as motivações interiores e a habilidade de interdependência. Ao final da pandemia, devemos repensar qual deve ser o nosso mantra”, finaliza.
Após a cerimônia de abertura, a professora Fernanda Batista Oliveira Santos, do Departamento de Enfermagem Básica, também por meio de live, abordou o tema “De Florence Nightingale aos dias atuais: para onde caminha a enfermagem brasileira”, onde, abordou o processo de profissionalização em saúde, apoiando-se no referencial teórico da Sociologia das Profissões. “Discuti sobre o bicentenário de Florence Nightingale e visibilização do trabalho do enfermeiro em contextos de adversidades. Além disso, também discorri sobre importância da produção de conhecimento próprio para a enfermagem, fazendo o diálogo entre o cenário de pandemia da Covid-19 e a atuação de Florence na Guerra da Criméia e no período pós-guerra de isolamento social em razão da febre tifóide”, relata.
Fernanda Batista fez ainda um chamado à comunidade acadêmica em relação a enfermagem como necessidade social em defesa do Sistema Único de Saúde. “É dever do Estado e órgãos competentes melhorarem as condições de trabalho para a enfermagem. Além disso, é importantíssimo para o desenvolvimento da enfermagem o seu reconhecimento acerca da sua notoriedade científica e expertise diante da complexidade que o cuidado possui e demanda”, finaliza.
A programação conta com uma série de atividades até o dia 20 de maio. Confira aqui.