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Internato Rural de Nutrição promove encontro de cantineiras em Santana do Riacho

Com o objetivo de incentivar e motivar as cantineiras na realização do trabalho diário, evidenciando sua importância como educadoras em saúde, e na criação de hábitos alimentares saudáveis, as estudantes Bruna Miranda e Larissa Rodrigues, da disciplina Estágio Supervisionado em Internato Rural do Curso de Nutrição da Escola de Enfermagem da UFMG, promoveram o Segundo Encontro de Cantineiras em Santana do Riacho, Minas Gerais, no dia 30 de janeiro. O evento foi realizado com o apoio da Secretaria de Educação, do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e do Núcleo de Apoio à Saúde da Família, supervisionado pela professora Simone Cardoso Lisboa Pereira e contou com a participação dos alunos do curso de Nutrição Carolina Fádel e Igor Moreira.

“A ideia para o encontro surgiu após a nutricionista do PNAE Diana Rodrigues observar a dificuldade e resistência das cantineiras na utilização dos alimentos oriundos da agricultura familiar e realização de preparações típicas da região. Por isso, buscamos evidenciar a importância da manutenção da cultura alimentar e da agricultura familiar no dia a dia das crianças com a presença da Chef Carol Fádel que elaborou os pratos conhecidos e presentes diariamente na vida dos cidadãos riachenses”, conta Larissa Rodrigues.

Cantineiras CertificadoO encontro contou com a participação de 12 cantineiras, oito profissionais da saúde e um produtor rural. Segundo a professora Simone Cardoso, o evento conseguiu envolver profissionais tanto da área urbana de Santana do Riacho, quanto a parte rural e os distritos associados. “Esse evento tem uma importância muito grande na forma de se cuidar do patrimônio cultural e genético dos alimentos e promover uma alimentação adequada e saudável aos escolares. Tivemos contato com produtores rurais que cultivam sementes crioulas “originais”, que não possuem modificações genéticas. É fundamental valorizar os produtos da região e quando as cantineiras utilizam esses alimentos na alimentação escolar, fortalecem a cultura alimentar da região e o desenvolvimento do município de forma sustentável, por criarem demandas para a agricultura familiar de base agroecológica”, relata a professora.

A programação contou com rodas de conversas, apresentação de produtos, dinâmicas e produção de pratos com ingredientes advindos da agricultura familiar e que podem ser introduzidos no cardápio da alimentação escolar. Além disso, o produtor rural Raimundo explicou todo o mecanismo de produção até a colheita e transporte para a escola, evidenciando as dificuldades e os benefícios para as crianças, além de mostrar o crescimento pessoal e profissional dos produtores.

“As cantineiras são profissionais que participam de todos os processos que envolvem a alimentação dentro da escola. Portanto, podem ser consideradas fundamentais para o efetivo desenvolvimento da educação em saúde, principalmente quando o foco é a educação alimentar e nutricional. Há uma necessidade de formar uma trabalhadora mais crítica pelo desenvolvimento de sua autonomia como sujeito consciente e competente para desempenhar o seu papel como cidadã no ambiente escolar”, afirma a estudante e Chef Carol Fádel.

PratoCarolina elaborou pratos com ingredientes típicos do cerrado brasileiro como: arroz vermelho caldoso, tropeiro de feijão andu e frango assado. Além disso, também foram feitos danoninho de manga, pão de beijo vegano, chá de amendoin e bolo de banana. "Sou apaixonada pelo cerrado mineiro e suas riquezas, mas a ideia veio das minhas colegas da nutrição Larissa e Bruna. Elas montaram um cardápio e eu criei e executei as receitas. Tudo é produzido pelo agricultor familiar Raimundo e sua esposa Osvaldina, que atendem ao PNAE”.

“Sabemos da importância das ações de Educação Alimentar e Nutricional (EAN) para a efetividade da criação dos hábitos alimentares saudáveis em crianças e adolescentes, por isso é essencial que as cantineiras saibam a sua importância como educadoras em saúde, já que elas possuem contato direto com as crianças e influenciam na escolha alimentar desse público. Diante disso, procuramos valorizar a profissão em questão trazendo soluções para as dificuldades encontradas no trabalho diário”, finaliza Larissa Rodrigues.
Redação: Vívian Mota - estagiária de jornalismo
Edição: Rosânia Felipe- Jornalista