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Sepse e resistência microbiana são abordadas em ciclo de palestras da Pós-graduação em Enfermagem

Na tarde desta quarta-feira, 6 de novembro, o médico infectologista e pesquisador de destaque internacional, Carlos Starling, abordou o tema “Sepse e Resistência Microbiana: um Problema Secular. Teremos Futuro?” A atividade foi oferecida pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Escola de Enfermagem da UFMG, dando continuidade ao Ciclo de Debates, e integra a disciplina Saúde Global, organizada pela professora Andréa Gazzinelli, com a colaboração de Pós-doutorandos e do professor Ed Wilson.

CARLOS STARLINGEle explicou que Sepse é uma disfunção orgânica ameaçadora à vida, causada por uma resposta desregulada do hospedeiro à infecção, e que choque séptico afeta um subgrupo de pacientes com sepse, nos quais há anormalidades circulatórias, celulares e metabólicas profundas, empregando maior mortalidade. “A Sepse é um dos problemas mais graves que temos de saúde publica hoje no mundo. Isso, combinado com bactérias multirresistentes, significa um problema ainda maior”.

De acordo com o médico, prevenir sepse é prevenir infecção. Na comunidade, é necessário estar atento ao estado nutricional, cobertura vacinal, controle de comorbidades, tratamento de coinfecções, infraestrutura, água limpa, condições sanitárias e de higiene. Já nas instituições de saúde, é necessário vigilância epidemiológica, segurança do paciente, lavagem de mãos e Bundles (“pacotes de ações”) de prevenção.

Carlos Starling pontuou, ainda, propostas de melhoria de qualidade como: cria time de sepse, empoderar enfermeiros, motivar farmacêuticos e pessoal de laboratório, definir estratégias de triagem setoriais, definir protocolo de tratamento e guia de antibioticoterapia empírica, divulgação, mecanismos de auditoria, feedback e melhorias com base em planos de ação.

“O nosso futuro é absolutamente incerto e depende exatamente do que nós fizermos agora em termos de prevenção, diagnóstico e desenvolvimento científico, no sentido de desenvolver novas estratégias de prevenção dessas infecções que são tanto comunitárias, quanto hospitalares. Somos donos do nosso destino e, a partir disso, há necessidade de muita consciência em relação ao momento atual”, enfatizou.

Segundo ele, as bactérias multirresistentes que predominam nesses quadros empregam enorme dificuldade de serem tratadas, uma vez que há uma limitação imensa de drogas capazes de realmente combatê-las. “Algumas dessas bactérias em pacientes em terapia intensiva estão relacionadas com mortalidade acima de 75%. Nossa situação é muito delicada, o que temos para fazer é fundamentalmente ações de prevenção”, concluiu.