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Escola de Enfermagem sedia I Fórum Mineiro de Pós-Graduação em Enfermagem

Professores e alunos dos cursos de Pós-graduação em Enfermagem de Minas Gerais se reuniram em um fórum nos dias 24 e 25 de outubro, na Escola de Enfermagem da UFMG, para discussão sobre a produção e divulgação da ciência em enfermagem.

Mesa de abertura Forum PosDe acordo com a coordenadora do Colegiado de Pós-graduação em Enfermagem da EEUFMG, professora Kênia Lara Silva, o evento foi realizado em parceria colaborativa entre os Programas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL), Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) e Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ). “Sabemos que o compartilhamento de experiências e a construção coletiva da Pós-graduação strictu sensu em Enfermagem é uma demanda atual. A expansão da Pós-graduação é acompanhada de muitos desafios no que se refere às questões comuns da área. Citam-se necessidade de publicação, as estratégias de internacionalização, as novas exigências de avaliação externa e a auto-avaliação. Temos também desafios permanentes no que se refere ao corpo docente e discente, bem como o investimento para o avanço da ciência e tecnologia e inovação na área. Neste cenário, identificar questões comuns e construir estratégias coletivas pode fortalecer a Pós-graduação em Enfermagem em Minas Gerais”, destacou.

A mesa-redonda sobre avaliação da Pós-graduação em Enfermagem contou com a participação dos professores Francisco Carlos Félix Lana, sub-coordenador do Colegiado de Pós-graduação em Enfermagem (EEUFMG); Maria Helena Barbosa, Coordenadora do Programa de Pós-Graduação stricto sensu em Atenção à Saúde (UFTM) e Sueli Aparecida Frari Galera editora associada da Revista Latino Americana de Enfermagem (EERP-USP/RLAE).

O professor Francisco abordou o tema "Qualis e os Indicadores de Produção Científica". Ele explicou que Qualis CAPES é um sistema de classificação da produção científica brasileira, baseada nos artigos publicados em periódicos de todos os programas de pós-graduações do país. “Essa qualificação muitas vezes determina a posição do Programa em relação aos critérios da CAPES. É um critério muito importante, varia em torno de 40% no peso da avaliação da Pós-graduação”.

A importância e o peso da produção científica na avaliação do Programa de pós-graduação foi tema da palestra da professora Maria Helena. Segundo ela, ao longo do tempo, a CAPES vem aprimorando o sistema de avaliação. “A CAPES está focando atualmente na qualidade e não apenas na quantidade. É uma forma de avaliar qualitativamente essa produção”, enfatizou.

No que diz respeito à proposta do Programa, ela pontuou que articulação, aderência, linhas de pesquisa, projetos em andamento e estrutura curricular, infraestrutura disponível, objetivos, missão e modalidade do Programa; Perfil do corpo docente e compatibilidade/adequação à Proposta do Programa têm o peso de 30%. Já o planejamento estratégico do Programa, articulações da Instituição, desenvolvimento futuro, adequação/melhorias da infraestrutura, formação alunos – produção intelectual; Processos, procedimentos e resultados da autoavaliação do Programa, com foco na formação discente e produção intelectual têm o peso de 20%.

As revistas de Enfermagem no novo modelo de avaliação foram destacadas pela professora Sueli Galera. Ela explicou que Qualis Periódicos é definido pela CAPES como uma lista de veículos utilizados para a divulgação da produção intelectual dos programas de pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado).


IMG 0101Mesa-redonda “Avaliação da Pós-graduação em Enfermagem"

De acordo com a professora, a CAPES tem acesso às informações anuais que os programas de pós-graduação inserem na Plataforma Sucupira para rastrear onde os pesquisadores estão publicando. “Após ter esse conjunto de revistas no quadriênio, elas são divididas por estratos segundo critérios de cada comitê científico de área. Atualmente, o estrato mais elevado é o A1, seguido por A2, B1, B2, B3, B4, B5 e C, sendo este último com peso equivalente a zero para a nossa área”.

Sueli enfatizou, ainda, que em 2019, uma nova metodologia foi apresentada às áreas de avaliação, quanto ao Qualis Periódicos. Essa nova fórmula busca critérios mais objetivos que permitam uma comparação mais equilibrada entre áreas de avaliação, atentando-se também para a internacionalização. “As mudanças seguem as recomendações apontadas no relatório da Comissão Especial de Acompanhamento do Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG 2011-2020) e estão sendo debatidas com a comunidade acadêmico-científica, por meio de Grupos de Trabalho”.

Avaliação da Pós-graduação
coordenadora de área da CAPESA coordenadora de área da CAPES, Cristina Maria Garcia de Lima Parada, ministrou conferência sobre o cenário atual da Pós-graduação em Enfermagem. Ela pontuou a importância de reflexão e aprimoramento do Modelo de Avaliação da PG brasileira e destacou que o modelo atual, com excelentes resultados no passado, exauriu-se e deve ser repensado e aprimorado. "A Comissão entende que a avaliação da PG é fundamental para a evolução do Sistema Nacional de Pós-Graduação, e que este processo deve ser alinhado ao fomento, internacionalização e inovação. As Universidades devem ser mais protagonistas de seu próprio planejamento e avaliação da PG", enfatizou.

De acordo com Cristina, é necessário promover e valorizar a relevância e o impacto social e econômico do conhecimento gerado, focado em desafios estratégicos regionais e nacionais e as parcerias estratégicas e arranjos institucionais para aumentar a qualidade, eficiência e eficácia do SNPG. "Entende-se que a mudança deva ser incremental, com claro mecanismo de transição, não afetando o quadriênio em curso".

Instrumentos para auto avaliação
Os instrumentos para auto avaliação de Programas de Pós-Graduação Stricto Sensu foram apresentados pela coordenadora do Programa de Pós-graduação em Enfermagem (PGENF) da UFSJ, Eliete Albano de Azevedo Guimarães. Ela explicou que a avaliação é um dos componentes do processo de gestão, fundamental para o planejamento de serviços, programas, políticas, práticas, assim como para orientar o desenvolvimento dos mesmos.

Sobre como realizar a autoavaliação, a professora pontuou que as pesquisas avaliativas constituem-se como ferramentas valiosas para subsidiar processos de mudança na medida em que proporcionem aos envolvidos ou interessados – direta ou indiretamente – condições para decidir como enfrentar e resolver problemas no cotidiano dos serviços, transformando as ideias, as práticas e os valores. "Esse processo de gestão orientada “evidence informed management” transforma e inova o aprendizado individual e coletivo", explicou.

Impacto da produção da Pós-graduação e a inserção social
A coordenadora do Programa de Pós-graduação Mestrado em Enfermagem na UFJF, Nádia Fontoura Sanhudo, a professora da EEUFMG, Adriana Oliveira e a professora da UFTM, Darlene Mara dos Santos Tavares participaram da mesa-redonda sobre o impacto da produção da Pós-graduação e a inserção social.

Adriana ressaltou que as nossas pesquisas devem culminar com impactos na produção e na inserção social; bem como em mudanças com repercussão social e nas políticas públicas. Para isso, o pesquisador deve poderá responder "Quem é o grupo que poderá se beneficiar dos resultados dessa pesquisa? Como? O conhecimento gerado será assimilado e incorporado para melhores práticas? ", questionou a professora.

Sobre as prioridades estratégicas para Pesquisa em Enfermagem, a professora destacou: alinhar e integrar a pesquisa em enfermagem às prioridades globais de saúde - 2017-2020 e influenciar a OMS e outros órgãos de tomada de decisão de alto nível. "Garantir que enfermeiros façam parte da tomada de decisão, da definição de políticas, estratégias e implementação de políticas nacionais e internacionais".

mesa adrianaMesa-redonda I"mpacto da produção da Pós-graduação e a inserção social"

No que diz respeito ao dilema para a produção e inserção social da pesquisa, ela pontuou a corrida pela publicação, sem foco na aplicabilidade; a comunicação como fim da pesquisa e o treinamento e inserção dos jovens doutores juntos aos PPGs.

Adriana alertou, ainda, que o pesquisador não pode perder de vista a articulação do seu tema de pesquisa com a transformação social. "Impacto e inserção não são consequências, são planejados. Para isso, a pesquisa deve mobilizar, sensibilizar e transformar resultados de forma mais imediata em políticas públicas para a sociedade e para os cidadãos".

A enfermeira Edma Nogueira, coordenadora de Enfermagem do Pronto Socorro do Hospital das Clínicas da UFMG, afirmou que o do teto dos gastos aprovado com a PEC 95/2016 está impactando na crise econômica do país e na sociedade. Ela destacou o aumento da procura por atendimento no HC, do adoecimento das pessoas, assim como a superlotação dos serviços que têm a porta aberta. “A redução dessa verba influencia também na contratação de novos profissionais e gera um subdimensionamento de equipe que acaba impactando na necessidade de fechamento de leitos, como o que temos vivido em grandes hospitais, inclusive no Hospital das Clínicas”, disse.

Fomento e internacionalização
O diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da FAPEMIG, Paulo Sérgio Lacerda Beirão falou sobre fomento e Internacionalização da Pós-Graduação em Enfermagem. Sobre a importância da Internacionalização, ele destacou a formação de pessoal, especialmente em áreas onde há carência de qualificação; manter-se atualizado com os avanços científicos e tecnológicos; identificar novos desafios e oportunidades na área de Ciência, Tecnologia e Inovação, obter padrões de referência de qualidade da nossa produção Científica e tecnológica e aumentar a presença internacional da Ciência Brasileira.

BeirãoSegundo Beirão, as recomendações do Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG 2011-2020) são: aumentar o número de bolsas de doutoramento no exterior; estímulo a atração de estudantes estrangeiros e pesquisadores visitantes e aumentar o número de publicações com cooperação internacional.

Algumas contribuições da Ciência e Tecnologia brasileiras foram citadas por ele que destacou: descoberta da Doença de Chagas; Controle de epidemias; Vacina contra a Leishmaniose canina; Criação do Sistema Único de Saúde - SUS, descoberta do dano neurológico pelo vírus Zica, entre outras.

Ele pontuou, ainda, que os desafios são aumentar a qualidade, impacto e relevância da produção científica; o número de Projetos com cooperação internacional o número de pesquisadores qualificados; expansão do pessoal qualificado em inovação na indústria e corporações privadas; aumento do investimento em inovação pelas corporações; impulsionar inovação e patenteamento; melhorar a percepção do valor e da importância da Ciência pela sociedade; atrair jovens talentosos para a Ciência e melhorar a Educação Básica.

Cássia Maria Dias, mestranda do Programa de Pós-graduação de Enfermagem da UFSJ, afirmou que foi um evento muito proveitoso com informações pertinentes. "Apesar das dificuldades e dos problemas enfrentados pelo Brasil atualmente em relação às pesquisas, fico feliz feliz em ver que ainda temos conquistas. É muito gratificante participar de um evento como este que reúne pessoas de várias unievrsidades federais de Enfermagem do Estado".