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Projeto Telenfermagem promove webconferência sobre autoestima da mulher com câncer de mama

No dia 23 de outubro, o projeto Telenfermagem teve como participante a enfermeira do setor de mastologia e pré-natal do Hospital das Clínicas, Leydiane Andradre Vieira, que abordou sobre ‘’Autoestima da mulher com câncer de mama’’.

A enfermeira destacou a simbologia histórica das mamas e seu contexto atual. Segundo ela, as mamas têm vários significados, representam feminilidade em quase todas as culturas, sexualidade, sedução e nutrição. “Atualmente, o movimento feminista utiliza a imagem das mamas como liberdade de expressão. O câncer de mama é segundo tipo que mais acomete brasileiras, ficando atrás apenas do câncer de pele (melanoma)”.

O câncer de mama representa em torno de 25% de todos os cânceres que afetam o sexo feminino. No Brasil foram estimados 59.700 casos novos em 2019. Número de mortes: 16.927, sendo 16.724 mulheres e 203 homens. Ainda que os homens não tenham mamas desenvolvidas, o câncer de mama também os acomete devido possuírem tecido mamário.

Leydiane VieiraDe acordo com Leydiane, diversos agentes estão relacionados ao desenvolvimento da doença entre as mulheres, como: envelhecimento (>50 anos), fatores relacionados à vida reprodutiva da mulher, histórico familiar de câncer de mama (quanto mais próximo o parentesco, mais chances), consumo de álcool, excesso de peso, atividade física insuficiente e exposição à radiação ionizante. Fator importante é que 30% dos casos podem ser evitados com hábitos de vida saudáveis, como: alimentação adequada, prática de esportes e também com a amamentação. “É comprovado que durante o aleitamento materno há uma espécie de esfoliação do tecido mamário. Assim, se houver células agredidas, elas são eliminadas e renovadas. Quando termina a lactação, várias células se autodestroem, até mesmo as que poderiam ter lesões no material genético. Outro benefício é que as taxas de determinados hormônios que favorecem o desenvolvimento desse tipo de câncer caem durante o período de aleitamento”, explicou.

A importância da detecção precoce, propiciando mais sucesso no tratamento também foi destaca por ela. Enfatizou a importância da mulher se observar e tocar-se para que possa conhecer seu próprio corpo e saber quando algo está errado. Citou também alguns sinais e sintomas, como nódulo fixo e geralmente indolor, hiperemia, pele retraída e retração mamilar, nódulos na axila ou pescoço, saída espontânea de líquido anormal pelos mamilos.

Segundo a enfermeira, o diagnóstico é feito através de anamnese, exame físico e exames de diagnóstico como ultrassom de mama, mamografia de rastreamento (50-69 anos), mamografia diagnóstica e biópsia do fragmento suspeito. Ressaltou que a Lei 12.732 de 22 de novembro de 2012 assegura que a mulher diagnosticada com câncer de mama deve começar o tratamento até 60 dias após a confirmação médica.

Leydiane afirmou que cada tratamento é individual e cada paciente reage de forma diferente e que há o aparecimento de enormes questionamentos pelas mulheres quando recebem o diagnóstico. Alguns deles envolvem as mudanças na rotina, mudanças na aparência física, alterações emocionais e na autoestima, possibilidades de cura e quais os tipos de tratamento.

Ela ressaltou que a saúde é uma interação de equilíbrio entre corpo e mente, que interfere significativamente nas respostas ao tratamento do câncer, uma das estratégias para o acompanhamento do paciente é a promoção de assistência multiprofissional: Enfermeiro, Médico, Fisioterapeuta, Psicólogo, Nutricionista e Assistente Social. “O papel do enfermeiro inclui a sistematização de enfermagem para que haja um fluxo contínuo dessa assistência, a consulta de enfermagem, a prescrição de enfermagem e a educação em saúde. Na consulta de enfermagem há uma avaliação inicial, criação do vínculo com o paciente, apresentação da unidade e do fluxo do serviço. Também há consultas de enfermagem pré e pós operatória, pré quimioterápica e pré radioterápica para que a paciente seja aconselhada sobre os procedimentos e cuidados”, disse.

A reconstrução mamária, coforme explicou a enfermeira, não é considerada um procedimento estético dentro do contexto de câncer de mama, mas faz grande diferença no desenvolvimento da autoestima, faz parte do tratamento e está regulamentada pela Lei 12.802, de 24 de abril de 2013 que todo paciente que sofrer mutilação devido tratamento do câncer, tem direito a reconstrução mamária imediata ou programada.

Ela destacou, ainda, a importância dos grupos de apoio que incentivam os novos pacientes a continuar com o tratamento, sobre a busca ativa como ferramenta da vigilância pós-alta e sobre o papel fundamental da Enfermagem no acolhimento, na educação em saúde e na assistência prestada de acordo com as necessidades individuais de cada mulher.

Assista a webconferência completa neste link.