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Cuidados com lesões de Pele e ações do enfermeiro são abordados em webconferência

Cuidados com lesões de Pele e ações do Enfermeiro foi tema de webconferência no dia 16 de outubro do projeto Telenfermagem com a participação da enfermeira Estomaterapeuta Coordenadora do Ambulatório de Dermatologia do Hospital das Clínicas e Enfermeira do Hospital da Polícia Militar, Paula Andrade.

Pensando nas ações de Enfermagem, Paula falou sobre a avaliação clínica e o processo de cicatrização para que o enfermeiro seja capaz de realizar a melhor escolha para o tratamento da lesão.

Paula Andrade“Os pontos iniciais para levantamento do histórico da ferida atual são questionar o paciente sobre como surgiu a ferida, quais os tratamentos realizados, se há presença de dor e quais as mudanças já foram percebidas. É preciso também colher informações sobre feridas anteriores, quantas recidivas ele já teve, se houve cirurgias previas, quais usos de coberturas, quanto tempo durou o tratamento, se teve cicatrizações e qual foi o resultado”, explicou.

Ela destacou também que é preciso verificar as comorbidades associadas que possam alterar o processo de cicatrização, como diabetes mellitus, doença arterial periférica, doença renal crônica, neuropatia periférica e obesidade. “Os hábitos de vida do paciente, se é tabagista ou etilista, como é a alimentação e quais as condições de vida sócio econômica desse paciente para conseguir traçar um plano de tratamento adequado que possa condizer com sua realidade”.

Paula comenta que uma das peças da avaliação clínica de qualidade é pensar, questionar e documentar a evolução da lesão. De acordo com ela, durante a avaliação o enfermeiro deve estar atento para a localização da lesão, a largura, o comprimento, a profundidade, o odor, a quantidade de tecido necrótico e tecido de granulação, o exsudato, as bordas e a área perilesional, assim como os sinais de infecção.

A enfermeira destacou quais os sinais de infecção: eritema da área perilesional, aumento da área da lesão – por isso ser tão importante realizar a mensuração da lesão e registro fotográfico, aumento do exsudato, intensificação do odor e febre. “O paciente deve ser questionado sobre o uso de antibióticos e o tempo de tratamento. O enfermeiro deve ser capacitado para realizar a avaliação vascular a fim de detectar doenças que propiciem o aparecimento de lesões. Pois muitos pacientes que desconhecem o comprometimento venoso, procuram atendimento tardiamente porque acham que a ferida é apenas um machucado e vão sarar sozinhas. O Enfermeiro deve verificar pulso, preenchimento capilar, condições de pele- ressecamento ou atrofia, ausência de pelos, unhas hipertróficas e deformadas, realizar Índice de Tornozelo Braquial”.

Paula cita a importância da sistematização da Enfermagem após a avaliação e ressalta que é imprescindível que o enfermeiro seja capaz de realizar os diagnósticos que direcionem as atividades a serem desenvolvidas. Alguns deles são: risco de queda pois muitos pacientes possuem lesões em membros inferiores ou fatores que desfavorecem a deambulação adequada, integralidade de pele prejudicada devido a própria lesão, ansiedade para que a lesão cicatrize, dor crônica devido extensão, profundidade e tempo de existência da lesão, conforto prejudicado devido algumas lesões serem em locais extremamente incômodos ou pelo comprometimento social devido a existência da ferida, padrão de sono prejudicado, tristeza crônica e desesperança.

A estomaterapeuta comenta sobre os fatores que favorecem a cicatrização para que o enfermeiro consiga identificar quais as coberturas específicas para cada tipo de lesão: temperatura, hidratação e a oxigenação que vão favorecer a formação de colágeno, a angiogênese, a epitelização e a contração da ferida, promovendo um meio que estimule a cicatrização. A partir desse conhecimento, é possível que o Enfermeiro estabeleça um tratamento tópico ideal. “Para que esta cobertura seja eficaz, ela deve promover um ambiente úmido, ser de fácil aplicação e remoção, proteger a lesão conta traumas mecânicos, absorver o excesso de exsudato, ser atóxica e hipoalérgica, ser impermeável a bactérias, água e outros fluídos, promover o conforto do paciente, acompanhar o contorno do corpo, prevenir o espaço morto e estimular a hemostasia”.

As coberturas tópicas recomendadas são espumas, hidrocolóide, alginato de cálcio, carvão ativado com prata, hidrofibra, cobertura com silicone que podem ser associados a prata ou phmb para feridas com colonização crítica. Ela pontuou, ainda, que há também tratamentos compressivos para úlceras venosas, como bota de Unna, terapia compressiva multicomponentes e meias compressivas. Paula questiona a resolutividade de tratamentos populares como utilização de óleos, pomadas e medicamentos em que não há preocupação em conhecer seus efeitos e a adequação dos mesmo com os fatores que realmente estimulam a ferida a cicatrizar. Ressalta também o aumento da duração da ferida devido tratamentos inadequados.
Assista a webconferência completa neste link.