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Pesquisa na área de Nutrição estuda relação de percepção e consumo de frutas e hortaliças

Frutas e hortaliçasSegundo dados da pesquisa realizada por Maria Cecília Ramos de Carvalho, graduada em nutrição e mestre pelo programa de Pós-graduação em Nutrição e Saúde da UFMG, existe, em muitos casos, uma percepção discordante em relação ao consumo de frutas e hortaliças pelos indivíduos. Ou seja, de acordo o estudo, muitas pessoas acreditam ter o consumo adequado de frutas e hortaliças, quando, na verdade, não alcançam as recomendações de ingestão diária. De acordo com Maria Cecília, o objetivo da pesquisa foi analisar os efeitos dessa percepção em relação a mudança de comportamento alimentar e consumo de frutas e hortaliças, partindo da participação em intervenção nutricional realizada no Programa Academia da Saúde (PAS) de Belo Horizonte-MG.

A pesquisadora explica que a ampla variedade, a disponibilidade de oferta ao longo do ano, e a versatilidade culinária das frutas e hortaliças favorecem a diversificação da alimentação. "O papel promotor da saúde das FH advém dos aspectos culturais e sociais envolvidos em sua produção e consumo, além de aspectos nutricionais e biológicos”, disse. Por isso, é relevante estudar estes grupos de alimentos, buscando entender o baixo consumo e encontrar maneiras efetivas de aumentá-lo.

“Alguns participantes dessa pesquisa receberam uma ação de Educação Alimentar e Nutricional (EAN) para incentivo ao consumo destes alimentos, e até o momento não havia sido encontrado nenhum artigo científico que descrevesse como as pessoas com percepção discordante do consumo evoluem depois de ações de EAN para consumo de frutas e hortaliças. Por isso, esse trabalho traz uma nova contribuição para o campo da Educação Alimentar e Nutricional”, explica Maria Cecília.

A pesquisadora conta que durante a pesquisa os participantes respondiam às perguntas ‘Você considera seu consumo de frutas/hortaliças, atual, adequado?’ e em seguida eram perguntados, dependendo da percepção a respeito, sobre a intenção de aumentar o consumo ou sobre há quanto tempo mantinham o consumo. “Encontramos percepções concordantes com o consumo principalmente para frutas (...) já para hortaliças, encontramos uma porcentagem importante de percepções discordantes: alguns participantes achavam que seu consumo era baixo, quando na verdade já consumiam hortaliças suficientes, e muitos achavam que seu consumo era adequado, quando na realidade consumiam uma quantidade insuficiente de hortaliças”, conta.

Partindo dessas percepções e utilizando de intervenções realizadas na pesquisa baseadas na pedagogia problematizadora de Paulo Freire e no Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para as Políticas Públicas, Maria Cecília chegou a resultados positivos. “Como resultados, encontramos que os indivíduos com a percepção discordante do consumo conseguiram aumentar o seu consumo de frutas e de hortaliças. Isso reforça o argumento de que as ações de EAN precisam de subsídios teóricos para obter resultados mais satisfatórios e contribuir de forma efetiva para melhorar as condições de alimentação e nutrição dos usuários do SUS”, afirma.

Título: "Efeito de intervenção nutricional sobre a percepção e o consumo de frutas e hortaliças"
Mestranda: Maria Cecília Ramos de Carvalho
Orientadora: Profa. Aline Cristine Souza Lopes
Coorientadora: Profa. Mariana Carvalho de Menezes
Mestrado Acadêmico em Nutrição e Saúde
Defesa: 15/03/2019
Redação: Teresa Cristina, estagiária de Jornalismo
Edição: Rosânia Felipe