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Estudo identifica aumento no consumo de frutas e hortaliças nas capitais brasileiras

artigo luiza e rafael2Segundo estudo realizado pelo professor do Departamento de Nutrição da Escola de Enfermagem da UFMG, Rafael Moreira Claro, e a mestre em Nutrição e Saúde pela UFMG, Luiza Eunice Sá da Silva, o consumo regular de frutas e hortaliças por parte dos adultos nas capitais brasileiras cresceu de 33% para 35,2% entre 2008 e 2016. Já o consumo recomendado (mínimo de 400g de frutas e hortaliças diariamente, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, assim como o Ministério da Saúde) aumentou de 20% para 24,4% no mesmo período. Apesar destes aumentos, um percentual relevante da população não atingiu as recomendações mínimas de consumo destes alimentos, evidenciando a necessidade de ações de promoção e incentivo de seu consumo para a população em geral.

Os dados utilizados na pesquisa foram obtidos através do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL), inquérito de base populacional destinado a investigar fatores de risco e proteção para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, incluindo o consumo alimentar, excesso de peso, sedentarismo, nível de atividade física, hábito de fumar, consumo de bebidas alcoólicas e prevenção de câncer.

A população estudada foi de aproximadamente 460 mil adultos, em sua maioria mulheres e adultos jovens (com menos de 45 anos) com escolaridade inferior a 11 anos de estudos, residindo nas regiões Sudeste e Nordeste do país. O estudo aponta, ainda, que cerca de um em cada três indivíduos consumia frutas e hortaliças regularmente (33%), com aumento no período, chegando a 35,2% em 2016 (aumento médio de 1,86%/ano). Os aumentos se concentraram, especialmente, no período de 2011 e 2015, sendo observados em ambos os sexos, mas com maior magnitude nos homens. Quanto a localidade do aumento, segundo o estudo, foram verificados em 15 das 27 capitais estudadas, principalmente entre as capitais das regiões Centro-oeste e Norte (3,37%/ano e 3,28%/ano, respectivamente).

Sobre o aumento no consumo recomendado de frutas e hortaliças de 20% para 24,4% (com aumento médio anual de 3,32% no período completo estudado), novamente foi observado em ambos os sexos e apenas três das 27 capitais não apresentaram aumentos estatisticamente significativos: Natal, Recife e São Paulo. Assim como o aumento no consumo regular de frutas e hortaliças, o aumento no consumo recomendado se concentrou no período de 2011 e 2015, apresentando queda em 2016.

 “Fatores econômicos, como no caso da renda familiar e o preço (potenciais fatores determinantes do consumo de frutas e hortaliças), possivelmente contribuíram com o aumento do consumo entre o período de 2011 e 2015, em vista do crescimento econômico vivenciado no Brasil neste período. Ademais, explicariam também o decréscimo no ano de 2016 pelo aumento do nível de preços dos alimentos e a diminuição da renda em razão da crise econômica no país”. Ainda de acordo com o artigo, estratégias de regulamentação do mercado que oportunizem a produção e distribuição de frutas e hortaliças, como o Programa de Aquisição de Alimentos e a inserção de feiras-livres devem ser privilegiadas, uma vez que este tipo de ação poderia solucionar questões como a disparidade do acesso físico e financeiro a estes alimentos. Confira aqui o artigo completo.
Redação: Teresa Cristina, estagiária de Jornalismo
Edição: Rosânia Felipe