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Grupo de estudos da Escola promoveu oficina de capacitação para nutricionistas supervisoras da alimentação escolar

NUTRICIONISTASNa última quinta-feira, 28 de fevereiro, nutricionistas supervisoras da alimentação escolar da Subsecretaria de Segurança Alimentar e Nutricional (SUSAN) participaram da Oficina de Capacitação de Tópicos sobre Educação Alimentar e Nutricional realizada no auditório Maria Sinno da Escola de Enfermagem. A capacitação teve como objetivo discutir temas atuais de Educação Alimentar e Nutricional e foi organizada pelo Grupo de Estudo, Pesquisa e Práticas em Educação, Alimentação e Nutrição (GEAN), coordenado pelas professoras do Departamento de Nutrição Larissa Loures Mendes, Luana Caroline dos Santos e Simone Cardoso Lisboa Pereira.

O nutricionista e mestrando do Programa de Pós-graduação em Nutrição e Saúde da UFMG, Hugo Vilhena, apresentou a abordagem comportamental na educação alimentar e nutricional. Ele destacou que o comportamento alimentar é dividido em dois eixos: o da objetividade, representado pelo o que, quanto, como, quando, com quem e onde comemos; e o da subjetividade - o que pensamos, sentimos, acreditamos, gostaríamos e desejamos ao comer. Segundo ele, "se formos observar os dois eixos, percebe-se que o primeiro acaba recebendo maior atenção, visto que grande parte dos inquéritos dietéticos se de debruça muito mais sobre os pontos do eixo da objetividade. Mas se queremos de fato trabalhar com comportamento alimentar, precisamos entender que ele perpassa pelos dois eixos, e precisamos considerá-los igualmente", explicou.

Sobre a abordagem comportamental, o nutricionista explicou que ela surgiu a partir de trabalhos e estudos com transtornos alimentares e obesidade e que a abordagem traz uma ampliação para a atuação do nutricionista, contribuindo para a mudança de comportamento alimentar. "Ela inclui aspectos fisiológicos, mas também aspectos sociais e emocionais da alimentação, sendo que os dois últimos geralmente são poucos considerados no fazer nutrição". Ainda de acordo com ele, a abordagem traz ferramentas ferramentas baseadas em evidências científicas que validem o prazer de comer, o equilíbrio alimentar e uma relação saudável entre sujeito e alimento.

hugo vilhenaHugo destacou que o nutricionista dentro dessa abordagem atua como um facilitador do processo de mudança de comportamento. "O profissional não deve impor, persuadir ou determinar a mudança, e sim facilitar a sua construção em conjunto com o sujeito, de forma a favorecer a autoeficácia e autonomia do indivíduo, permitindo que ele seja capaz de modificar o seu próprio comportamento em prol da sua saúde", pontuou.

Além da palestra do Hugo, a programação contou com apresentações sobre Metodologia de trabalho em grupos para ações de alimentação e nutrição, com a Nutricionista do NASF e Doutoranda em Enfermagem pela UFMG, Suellen Campos, e Estratégias de EAN para escolares e pré-escolares, com a Nutricionista do Colégio Imaculada Conceição, Bárbara Mercini.

A professora Larissa Loures destacou a importância dessa capacitação. “É um importante momento para compartilharmos teoria e prática e discutir como avançar na temática da Educação Alimentar Nutricional para o Ambiente Escolar”.

A nutricionista Renata Lima Pereira participou da capacitação e afirmou ter sido uma oportunidade de ampliação de pontos de vista. “Achei excelente a atividade, pois é muito importante que o profissional esteja sempre atualizado para atender melhor seu público”, disse. Para ela, o maior aprendizado com o evento foi o de ver o paciente para além de sua alimentação. “É importante que o nutricionista veja seu paciente/público como humano e com desejos, historia, lado emocional, dentre tantos outros fatores que interferem na alimentação dele. Ser nutricionista não é apenas passar um cardápio pronto e dizer o que se deve ou não comer, pois a confiança do seu paciente/público é a chave para que o trabalho dê certo”, comentou.