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Cuidado avançado de Enfermagem é discutido com professor de Lisboa em Ciclo de Debates da Pós-Graduação em Enfermagem

Prof SergioA terceira edição do Ciclo de Debates da Pós-Graduação em Enfermagem aconteceu na última sexta-feira, 9 de novembro, com o tema ‘Cuidado avançado de Enfermagem’. O professor Sérgio Deodato, da Universidade Católica Portuguesa (UCP), Lisboa/Portugal, ministrou o debate.

Sérgio explicou, durante a palestra, que o conceito de Cuidado Avançado/Enfermagem Avançada começou a ser trabalhado na Universidade em que ele leciona a partir de 2004.”Em 1990, a enfermagem portuguesa era hospitalocêntrica, medicalocêntrica, em que a representação da enfermagem era daquela profissão que estava ali para colaborar com os médicos no tratamento da doença”, contou. Partindo disso, então, a proposta da Universidade Católica, segundo o professor, era de avançar na produção do conhecimento e aprofundar o conhecimento em enfermagem.

O professor contou, ainda, que em alguns lugares do mundo a Enfermagem Avançada é considerada como uma possibilidade de entrar em outras áreas que não são comuns a enfermagem. “Em 2009, eu tive no congresso na África do Sul em que a grande discussão era ‘os enfermeiros também devem prescrever’”, contou. “Mas queremos prescrever o que? O que eu faço desde que eu sei trabalhar é prescrever cuidados em enfermagem. A prescrição, não a de medicamentos e sim a do cuidado, é inerente a profissão da enfermagem”, completou.

Sérgio defendeu que a Enfermagem Avançada deve se afastar das outras áreas da saúde e focar no cuidado. “A doença, o medicamento, são um caminho que nós vamos nos afastar, isso faz parte da medicina, nós não queremos a medicina”, disse. O professor afirmou, ainda, que a preocupação do enfermeiro com o cuidado, para além da técnica, é trabalhar questões humanas.

“'Tirar a mama é uma técnica cirúrgica, dar a notícia a mulher, ao marido, isso que é muito difícil, isso que é enfermagem avançada. O que que as pessoas querem da enfermagem? A sociedade espera do enfermeiro é, no mínimo, a simpatia. As pessoas não querem saber se a técnica foi bem feita, o que fica para elas é a simpatia, o tratamento digno e humanizado”, enfatizou Sérgio.
Redação: Teresa Cristina– estagiária de Jornalismo
Edição: Rosânia Felipe