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Tributo ressalta legado profissional e social deixado por professor Antônio Leite Radicchi

Alamanda Ant. Leite“Eu vou lhe dar amor tão puro, que maior amor eu juro, você não vai encontrar”. A letra de Luiz Melodia foi pronunciada em tom de saudade e alegria pela professora da Faculdade de Odontologia da UFMG, Maria Inês Barreiros Senna, ao ser perguntada sobre lembranças que ela guarda do professor Antônio Leite Radicchi. “Ele adorava cantar”, comentou enquanto aguardava, na sala que dá acesso ao Salão Nobre da Faculdade de Medicina, o início do tributo em homenagem ao professor, com qual foi casada por 28 anos.

Momentos depois, a letra foi lida para uma plateia lotada, composta por amigos, familiares e admiradores de Radicchi, presentes ao evento realizado na noite dessa terça-feira, exatamente um ano após a morte do professor. Lembranças afetivas, que ressaltaram a forma tranquila e comprometida com a qual o homenageado lutava pela saúde coletiva e questões sociais, também foram compartilhadas na mesa de abertura do tributo, composta por professores da instituição na qual Antônio Leite atuou por quase quatro décadas.

“Esperamos que o professor viva nas vozes de cada um de nós. A morte dele não foi um ponto final, foi uma vírgula, pois ele está presente nas atividades cotidianas”, frisou a vice-diretora da Faculdade de Medicina, Alamanda Kfoury, de pé, à mesa de abertura do evento. Morto durante um assalto, Antônio Leite deixou extenso legado dentro e fora da instituição. Na Faculdade de Medicina, ele foi chefe do Departamento de Medicina Preventiva e Social, membro da Congregação da Faculdade e coordenador do Centro de Extensão e do Internato em Saúde Coletiva.

“Em 2018 faz 40 anos de Internato Rural, uma disciplina pioneira, que retirou os estudantes dos ambulatórios e levou para o interior, para mostrar o fazer medicina de maneira prática. Antônio foi para o internato como aluno, na primeira turma e rapidamente se tornou professor da disciplina. A história do Internato também é a história do professor”, comentou o atual chefe do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade de Medicina, Antônio Thomaz da Matta Machado, que também esteve na mesa de abertura.

Antônio Leite atuou ainda no Projeto Manuelzão. Ele ajudou a criá-lo ao lado dos professores do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade de Medicina, Marcus Polignano e Apolo Heringer Lisboa. “O projeto completa 20 anos e o Antônio sempre esteve junto, construindo políticas para essa questão da água, do saneamento e pela saúde da população. Além de um excelente profissional, pesquisador e professor, ele foi um excelente amigo, sempre com uma paz interior e nos ensinando esse sentimento”, relatou o professor Marcus Polignano.

Karla Rona TributoDurante o evento, a professora Elza Machado lembrou o trabalho de Radicchi na construção do Programa de Pós-graduação em Prevenção da Violência e Promoção da Paz. “Ele esteve presente na primeira proposta de criação do programa e participou de todas as atividades, que eram muitas”, comentou. Para ela, a dor da perda não cessa, mas pode ser transformada em luta contra a violência e por um país mais justo.

A proposta de perpetuar os ensinamentos do professor foi transmitida pelos demais participantes do tributo, que homenagearam o professor de diferentes formas: palavras de carinho, letras de música, poemas, vídeos, entre outras. Um livro de recados também ficou disponível para quem desejasse homenagear o professor com lembranças. O evento ainda marcou o último ano em que a celebração é feita no dia do falecimento. “Nos próximos anos, iremos celebrar no dia 8 de agosto, que é o dia do aniversário dele, em que ele veio à vida”, informa Rômulo Radicchi, um dos filhos do professor.
(Com Assessoria de Comunicação da Faculdde de Medicina)