Nesta quarta-feira, 7 de novembro, profisionais de saúde, professores e alunos se reuniram no auditório Maria SinnoMaria para uma mesa-redonda sobre “Desafios e perspectivas da rede de saúde mental no SUS” . A atividade faz parte da programação da disciplina do terceiro período da graduação em Enfermagem, 'Gestão do Sistema de Saúde', coordenada pela professora Carla Aparecida Spagnol do Departamento de Enfermagem Aplicada.
O debate foi mediado pela professora aposentada da Escola de Enfermagem da UFMG, Anette Souza Silva Martins da Costa, e contou com a presença das convidadas Rosiane Azevedo Rodrigues e Daniela Leite Garcia, gestoras em saúde do município de Carmópolis de Minas, e Denizete Aparecida Lima, gerente do Centro de Referência em Saúde Mental da Regional Nordeste da Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura de Belo Horizonte.
Segundo a professora Carla, o evento é pensado como uma oportunidade dos estudantes conhecerem, por meio da vivência e da experiência dos profissionais de serviço, mais sobre a gestão do Sistema Único de Saúde e, em especial, a Rede de Atenção à Saúde. “O objetivo é de que os alunos conhecerem a dinâmica de funcionamento desses serviços e como é que eles se articulam entre si para poder fazer a prestação da assistência aos usuários do SUS e principalmente aos usuários da Saúde Mental”, contou.
Denizete Lima apontou em sua fala a crença de que o maior desafio para a saúde mental, na atualidade, é manter a política da reforma psiquiátrica. “Existe o risco de voltarmos a ter leitos hospitalares em hospitais psiquiátricos e eu, particularmente, acho que isso é um retrocesso muito grande para a política. Então o grande desafio é a gente implementar mais serviços substitutivos, não só em Minas Gerais, como no Brasil inteiro”, disse.
Ainda sobre essa visão antimanicomial (contra a existência dos manicômios) a gerente do Centro de Referência em Saúde Mental afirmou a importância desse debate com os estudantes. “Os alunos podem compreender através da discussão proposta que é possível o tratamento e o cuidado em liberdade, que os usuários portadores de sofrimento mental podem ser tratados em liberdade e podem circular pela cidade e pela vida, ao invés de ficarem presos dentro de um Hospital Psiquiátrico durante anos como acontecia anteriormente”, defendeu Denizete.
Outro ponto levantado por Denizete, sobre a importância da mesa, foi o contraste entre os convidados. A gerente citou o fato de que o município Carmópolis tem apenas 19.000 habitantes e comparou com algumas regionais da capital mineira que possuem uma população maior. Nesse sentido, Denizete afirmou que a presença de convidadas da cidade de Carmópolis agregou bastante ao debate.