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Estudo sobre efeito de intervenções de enfermagem na prevenção de olho seco em pacientes críticos é indicado ao Prêmio UFMG de Teses

Certificado DiegoA tese do enfermeiro Diego Dias de Araújo sobre “Efeito de intervenções de enfermagem na prevenção de olho seco em pacientes críticos: ensaio clínico randomizado”, orientada pela professora Tânia Couto Machado Chianca, foi indicada pelo Programa de Pós-graduação em Enfermagem da Escola de Enfermagem da UFMG como melhor trabalho defendido em 2017. A cerimônia de entrega dos certificados do Prêmio UFMG de Teses aconteceu na noite desta quinta-feira, 18 de outubro, no auditório da Reitoria, campus Pampulha.

Segundo Diego, o objetivo da tese foi avaliar o efeito de intervenções de enfermagem (lágrima artificial em gel e lágrima artificial líquida) na prevenção de olho seco em pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva geral de adultos, de um hospital filantrópico no Brasil.

Os resultados do estudo evidenciaram que lágrima artificial gel é mais efetiva quando comparada a lágrima artificial líquida. Dentre os 70 pacientes que receberam a lágrima artificial líquida, 15 (21,4%) desenvolveram olho seco, já entre aqueles em que foi implementada a lágrima artificial gel, em 6 (8,6%) dos 70 pacientes foi diagnosticado o olho seco.

De acordo com o enfermeiro, em relação à prática assistência do enfermeiro, durante o levantamento dos dados sobre os pacientes, é essencial que o profissional identifique os possíveis fatores de risco relacionados ao olho seco e implemente precocemente intervenções que sejam capazes de prevenir ou minimizar o problema, bem como outras complicações na superfície ocular que poderão impactar negativamente na vida dos pacientes. "A implementação de estratégias de educação em saúde a respeito da temática e de treinamentos para capacitar os profissionais quanto a avaliação ocular são estratégias essenciais".

"Acredita-se que este estudo poderá contribuir para o cuidado ocular de pacientes internados em UTIs de adultos, além de ser fundamental para que futuros estudos com pacientes críticos possam colaborar realmente representando julgamentos clínicos acerca do conjunto de respostas dos pacientes a problemas reais ou potenciais e que, consequentemente contribuam para uma assistência de enfermagem de maior qualidade, baseada em fortes evidências científicas”, concluiu.

Trajetória
Diego concluiu a graduação em Enfermagem em 2010 pela Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES, fez Especialização em Saúde do Idoso pela Residência Integrada Multiprofissional em Saúde do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais - HC/UFMG. Em 2014, concluiu o Mestrado e, em 2017 o Doutorado em Enfermagem pela Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (EE/UFMG). Atualmente é professor efetivo do curso de graduação em Enfermagem da UNIMONTES e celetista do PROMINAS. Líder do Núcleo de estudos e pesquisas sobre sistematizar, cuidar e evidenciar em Enfermagem - NEPESCE - UNIMONTES. Integrante do grupo de pesquisa - Núcleo de estudos e pesquisas sobre a sistematização do cuidar em enfermagem - EE/UFMG. Tem como focos de atuação: Saúde do Adulto e Idoso, Prática Baseada em Evidência Científica, Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), Processo de Enfermagem e Taxonomias de Enfermagem (NANDA I, NIC, NOC e CIPE).

Outra tese indicada ao Prêmio na área de Ciências da Saúde foi “Resistência à insulina na neurofibromatose tipo 1”, de autoria da  nutricionista Aline Stangherlin Martins, do Programa Ciências Aplicadas à Saúde do Adulto da Faculdade de Medicina, orientada pelo professor Nilton Alves de Rezende e co-orientada pela professora Ann Kristine Jansen, do Departamento de Nutrição da Escola de Enfermagem da UFMG.

O objetivo do estudo foi avaliar as características metabólicas e nutricionais relacionadas a resistência à insulina (RI)  em indivíduos com neurofibromatose tipo 1 (NF1) e comparar com indivíduos sem a doença.

De acordo com Aline, os resultados sugerem que as características nutricionais: menor massa gorda e massa livre de gordura e as características metabólicas: menores níveis de glicemia de jejum, visfatina e HOMA-AD e maiores níveis de adiponectina e relação adiponectina/leptina podem estar relacionadas à menor RI e ocorrência de diabetes mellitus tipo 2 (DM2) em indivíduos com NF1.


Narrativa
Em seu discurso durante a cerimônia, o pró-reitor de Pós-graduação, Fábio Alves, argumentou que um prêmio, como o UFMG de Teses, é mais do que um destaque ou reconhecimento. “É também uma narrativa individual e coletiva”, afirmou. No caso da UFMG, essa narrativa, lembrou ele, remonta ao ano de 1953 com a defesa da primeira tese de doutorado, desenvolvida na área de direito. Ao todo, informou, já foram defendidas na UFMG 28 mil dissertações de mestrado e 11 mil teses de doutorado. “No entanto, a nossa pós-graduação não se distingue pelo seu aspecto quantitativo. Ela é, sobretudo, qualidade, impacto e relevância social”, afirmou o pró-reitor.

A solenidade foi presidida pela reitora Sandra Regina Goulart Almeida, que destacou o “histórico de esforço institucional” em favor do fortalecimento da pós-graduação. “Por trás da concepção desse prêmio, sucessivas gerações se empenharam em construir a pós-graduação da UFMG e a consolidar os vários programas nas mais diversas áreas do conhecimento”, analisou.

Dirigindo-se aos premiados, a reitora afirmou que eles e seus predecessores são “exemplos de dedicação, tenacidade e superação. “Sabemos que não foi pouco o que vocês tiveram que abrir mão para chegar até aqui. Mais do que isso tudo, hoje vocês sabem que o futuro não é dádiva, mas conquista”, afirmou.

Perplexidade
Após fazer um rápido balanço das realizações e dificuldades da pós-graduação da UFMG em seus seis meses de gestão, Sandra Goulart Almeida dedicou o restante de seu pronunciamento à análise do atual cenário político do país. “Não poderia deixar de mencionar o momento decisivo e de grande perplexidade que vivemos, quando de súbito deparamos, atônitos, com a intolerância desmedida, com a violência gratuita, com atos de preconceito e de discriminação e com a escalada do discurso de autoritarismo e de repressão”, criticou ela, acrescentando que pessoas e instituições que moldaram a história brasileira, como as universidades, têm sido vítimas de “práticas antidemocráticas alicerçadas sobre calúnias e desrespeito”.

reitora e demaisA reitora defendeu a construção de estratégias coletivas de resistência a um embate que, em sua visão, opera no campo material, caracterizado pelo "estrangulamento do financiamento da educação e das instituições públicas de ensino superior”, e no plano simbólico, representado pela tentativa de “minar o apoio, a autonomia e a legitimidade social de que gozam as universidades”.

Bastante aplaudida pela plateia que compareceu à cerimônia, Sandra Goulart Almeida garantiu que a Universidade mantém-se fiel ao seu legado de resistência. “A UFMG tem-se consolidado firmemente contra essas atitudes autoritárias e despropositadas. Estamos atentos e engajados na defesa da universidade pública, do investimento contínuo na educação, da saúde, da ciência, da tecnologia e da cultura e na construção de políticas de Estado que preservem o importante legado histórico e científico do país”, concluiu a reitora.

(Com Centro de Comunicação da UFMG)