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Congresso Internacional de Gestão de Serviços de Saúde reúne mais de 500 pessoas para discussões sobre os 30 anos do SUS

Durante os dias 1, 2 e 3 de outubro, o “Congresso Internacional de Gestão de Serviços de Saúde: Avanços e desafios para Gestão em Saúde: 30 anos do SUS” reuniu grandes nomes da área da saúde do Brasil e exterior e mais de 500 congressistas para discussões sobre gestão da saúde como política, planejamento e avaliação, trabalho e gestão participativa, tecnologias gerenciais, gestão do risco e segurança do paciente. O evento, que integrou as comemorações dos 85 anos da Escola de Enfermagem da UFMG, foi financiado pela Capes e promovido pelo curso de Gestão de Serviços de Saúde da EEUFMG.

Rogelio Castilla Para iniciar as atividades do terceiro e último dia, o professor da Universidade Nacional de Catamarca, Rogelio Castilla falou sobre processo de envelhecimento da população e desafios para a Gestão dos Serviços de Saúde. Ele explicou que o envelhecimento da população esta acontecendo em todos os países e que três fatores determinam este processo: maior longevidade: expectativa de vida aumentou em 20 anos desde 1950: de 48 anos passou para um nível de 68 anos no período 2005-2010; declínio da fecundidade e mudanças na estrutura etária da população.

Como resultado deste processo ele pontuou que a nível global a população maior de 60 anos vai aumentar de pouco mais de 800 milhões hoje para mais de 2 bilhões em 2050. “É muito provável que no Brasil o crescimento proporcional seja ainda maior. Foi estimado que de 1950 para 2050, a população do mundo vai se multiplicar 3.7 vezes; no entanto, a população de 60 anos ou mais velha vai crescer 10 vezes com relação a 1950”, disse.

Sobre os desafios, o professor destacou que ainda que o processo de envelhecimento aconteça lenta e gradualmente nos países mais desenvolvidos, para a maioria das sociedades contemporâneas, especialmente para os países em processo de desenvolvimento, trata-se de um novo fenômeno social. “Estes países ainda estão tentando encontrar uma forma de lidar com o envelhecimento da população e procurando formas eficientes e mais eficazes de fazer frente para os problemas. Os países desenvolvidos ganharam experiência relevante nas últimas décadas, mas sua tradução para situações em países em desenvolvimento é problemática”.

Telessáude
A professora e diretora da Escola de Enfermagem, Eliane Palhares, esteve presente no Congresso também como palestrante, ela abordou sobre “Telessaúde - Interface com a Telegestão”. 

A diretora explicou que Telessaúde são todos os processos na área da saúde que são intermediados por uma tecnologia, tanto na área assistencial, propriamente dita, quanto na gestão e na parte específica de investigação e de pesquisa. 

eliane PalhProfessora Eliane Palhares

Eliane justificou a importância do debate sobre o tema no contexto do congresso apontando a forte presença da tecnologia nos dias atuais. “Nós vivemos num mundo em que a tecnologia faz parte do nosso cotidiano, tanto no ambiente domiciliar quanto profissional, portanto acredito que a tecnologia tem um papel fundamental na intermediação dos nossos processos de trabalho e com o potencial muito grande de contribuir para que eles sejam mais efetivos, eficazes e seguros”, disse.

A professora apontou, ainda, sobre como a Telegestão pode beneficiar os gestores em exercício. “Na gestão especificamente existem algumas ferramentas que possibilitam ao gestor fazer desde a coleta da informação, dos dados e da produção da informação, a organização dessa informação, além de permitir recuperá-la para que ele possa utilizá-la no planejamento da assistência em saúde”.

Conferência de encerramento
Fechando o último dia de evento, a conferência “Gestão de Qualidade nos Serviços de Saúde” aconteceu, às 19h, no Salão Nobre da Faculdade de Medicina. A professora portuguesa, Pilar Baylina, do Instituto Politécnico do Porto (Portugal) na Escola Superior de Saúde, ministrou a conferência.

Pilar BaylinaPilar destacou a importância da gestão do cuidado em saúde, apontando, sobretudo, a importância da saúde para a vida das pessoas. “A saúde é uma dádiva, é nossa vida, a partir do momento que ela falha temos que ter a certeza que teremos cuidados que possam nos garanti-la de volta”, disse. Quanto ao papel do gestor ela afirma: “não há preço que pague uma boa saúde, mas ela em si tem custos muito grandes e os recursos não são ilimitados, portanto, tem que ser bem geridos”.

No que diz respeito à prática da gestão, a professora defende uma mudança de perspectiva. “Precisamos parar de enxergar as coisas pela lógica do que fazemos e como é que fazemos e começar ao contrário, primeiro deveríamos dar o foco no porquê fazemos e só depois podemos ir para o que vamos fazer”.

Sobre o Congresso e sua qualidade internacional, Pilar salienta a possibilidade de integração e troca. “Precisamos ouvir o que vocês fazem de melhor aqui no Brasil e, por outro lado, vocês vão ouvir o que nós de melhor fazemos em Portugal e m outros países”, apontou.

Além da troca de saberes, a professora destacou a importância de se tomar conhecimento do que está sendo pesquisado e trabalhado em outros lugares. Segundo ela, eventos como o congresso permitem essa aproximação e o estabelecimento de parcerias e networking. “Nós podemos tecer uma rede de conexão que nos permita melhorar as relações e o conhecimento que temos sobre o pouco que cada um de nós sabe. Não é um oceano que vai nos separar”, finaliza.

Depoimentos
"Evento desta natureza tem demonstrado ser lócus para o intercâmbio técnico e científico entre os profissionais que atuam nas organizações formadoras de recursos humanos e de serviços de saúde, consolidando-se como um espaço de expressão social e política. É uma oportunidade em que se reúne profissionais de várias categorias na área da saúde e afins, que atuam no âmbito local, regional e nacional nos diversos níveis da atenção à saúde, e que traz à tona a discussão de questões que envolvem a assistência, formação e capacitação profissional, a extensão e a gestão dos serviços, com vistas a melhoria da atenção prestada à comunidade", professora Eliane Palhares, diretora da EEUFMG.

Gestoras Sao luiz“Foi uma potência de competência e organização. Estar em uma sala apresentando trabalho e falando sobre o SUS com economistas, engenheiros e enfermeiras foi incrível. Percebi na prática que o SUS está mais vivo do que nunca e principalmente que a interprofissionalidade é possível.Parabenizo a todos fiquei muito orgulhosa”, professora da EEUFMG Lívia Cozer Montenegro.

“Vim com mais sete colegas de trabalho do Hospital Municipal Dr. Clementino Moura, de São Luís do Maranhão. Trabalhamos na área da gestão no Núcleo de Acesso e Qualidade Hospitalar, este tema do congresso é extremamente importante. Estamos muito felizes por poder participar deste evento grandioso”. Jaqueline Costa Rebouças, gestora.

"Avalio o Congresso como extremamente produtivo no campo das relações pessoais, gestão de recursos e processos, gestão de conflitos, autonomia e tomada de decisão. Avalio também como uma oportunidade de troca de experiência, interação, reflexão e aprendizado para todos os envolvidos. Este Congresso foi marcado pela participação, dedicação e responsabilidade dos alunos do Curso de Gestão de Serviços de Saúde (graduação e pós-graduação) na organização do mesmo, resultando no alcance de seus objetivos". Professora Karla Rona da Silva, presidente da Comissão Financeira do Congresso

 "O Congresso Internacional de Gestão de Serviços de Saúde foi o reflexo de um trabalho sério e comprometido de professores e alunos do curso de gestão nestes nove anos de existência. A união do grupo organizador fez a diferença. Foi um trabalho intenso de todos, competente, compartilhado e com foco, como se espera de gestores, que resultou em um Congresso de grande porte que permitiu discutir temas diversos de grande relevância para o sistema de saúde, experiencias inovadoras nos diversos serviços e oportunidades de troca destas experiencias entre os participantes. Chamou a atenção o papel da professora Sônia Nunes e sua capacidade de aglutinar forças diversas e dos alunos que assumiram grandes responsabilidades, mostrando que é possível fazer a diferença. Houve muito trabalho, senso de cobertura e afeto durante todo o congresso. Aproveito a oportunidade para registrar meus elogios a todos e minha satisfação em fazer parte deste processo. Parabéns e que este seja o primeiro de muitas outros e que os alunos levem para os serviços a competência que demonstraram". Professora Marília Alves, uma das precursoras do curso. 
comissao organizadora
Redação: Teresa Cristina– estagiária de Jornalismo
Edição: Rosânia Felipe