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Seminário discute necessidade de políticas públicas no enfrentamento de doenças crônicas e inquéritos pupulacionais

Políticas públicas para o enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) e inquéritos epidemiológicos foram tema de seminário que aconteceu na última sexta-feira, 21 de setembro, no Auditório Maria Sinno na Escola de Enfermagem da UFMG. O evento foi coordenado pela professora da EE Deborah Carvalho Malta e contou a presença, como palestrante, da pós-doutoranda do Programa de Pós-graduação em Enfermagem da EEUFMG e amostrista do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), Regina Tomie Bernal.

DEBORAH MALTA2A professora Deborah contou que o objetivo do evento foi mostrar para os alunos a potencialidade dos inquéritos da área da saúde no apontamento das desigualdades, mostrar alguns resultados referentes ao ao Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das DCNT e o alcancea das metas nacionais e internacionais. Ela esclareceu que esse plano foi lançado em 2011 e previa uma redução de 2% ao ano na mortalidade e a diminuição de diversos fatores de risco. Porém, o quadro se alterou: “a partir de 2015, especialmente em 2016, houve uma inversão dessas tendências, o que é bastante grave”, disse.

Ela destacou que o Brasil é um país de contrastes, com grandes desigualdades sociais e enormes disparidades na distribuição de renda. "Há evidências de que desigualdades sociais se associam a pior acesso aos serviços de saúde e piores indicadores de saúde", ressaltou. Além disso, a professora pontuou que a Pesquisa Nacional de Saúde - PNS constitui linha de base para diversas análises da situação de saúde no país, inclusive possibilita o monitoramento das desigualdades.

A professora afirmou, ainda, que as DCNT são responsáveis por 68% dos óbitos no mundo e 75% dos óbitos no Brasil, que um terço das mortes ocorrem em pessoas com idade inferior a 60 anos e destacou a importância do monitoramento dessas doenças em diferentes populações para apoiar políticas de redução de iniquidades.

No que diz respeito aos compromissos, ela citou o Plano Nacional para o Enfrentamento das DCNT 2011-2022; Plano Global OMS-2015-2025 e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, 2015-2030. A professora mostrou resultados dos indicadores das DCNT que mudaram as suas tendências nos últimos dois anos, com piora em indicadores como consumo do álcool, consumo de frutas e hortaliças, prática de atividade física e tabagismo, bem como piora dos indicadores de mortalidade. Consequências de políticas de austeridade como a emenda constitucional 95, e baixo investimento de políticas públicas de regulação.

REGINA VIGITELA pós-doutoranda Regina Tomie Bernal mostrou, em sua palestra, como funcionam os inquéritos de onde são extraídos dados para construção dos indicadores, em especial o Vigitel e a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), apresentando os métodos utilizados e como analisar os dados obtidos. Regina explicou que o Vigitel é um sistema que utiliza o telefone fixo para coletar os dados de pesquisa e é realizado anualmente. Já a PNS, é um inquérito feito face-a-face nos domicílios realizado a cada cinco anos. “Os dados dessas pesquisas são usados para pensar políticas públicas e realizar o monitoramento de fatores de risco e proteção às DCNT”, disse.

Sobre o plano de amostragem do Vigitel, ela destacou que a população de estudo é de adultos com 18 anos ou mais, abrangência de 26 capitais e Distrito Federal e 2000 entrevistas em cada capital.
Redação: Teresa Cristina– estagiária de Jornalismo
Edição: Rosânia Felipe