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Enfermeira da Secretaria de Estado da Saúde de MG participa de webconferência sobre aspectos epidemiológicos do sarampo

O Projeto Telenfermagem da EEUFMG / Programa Nacional de Telessaúde Brasil Redes realizou no dia 12 de setembro a webconferência sobre “Aspectos epidemiológicos do sarampo em MG”, com a participação de municípios de Minas Gerais cadastrados pelo Programa. A webconferência foi conduzida pela enfermeira Nara Carvalho da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais onde atua no Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS).

Nara explicou que o sarampo é doença viral, infecciosa aguda, potencialmente grave, transmissível, extremamente contagiosa e bastante comum na infância. “O agente hospedeiro é o homem e a transmissão é via partículas nasofaringes contaminadas e também por aerossóis, segundo pesquisas recentes”, pontuou.

Nara CarvalhoDe acordo com a enfermeira, epidemiologicamente o Brasil passa por uma fase onde casos suspeitos de sarampo estão emergindo de alguns estados depois de receber da OPAS, em 2016, certificado de erradicação do vírus. Ela afirmou que esse retorno de casos se dá por certa acomodação nos esforços de vacinação no território nacional. “Na região Sudeste, até o momento, apenas Minas Gerais notificou os casos suspeitos sendo 259 casos notificados, nenhum confirmado e 104 deles ainda em investigação com 155 descartados até o momento. A maior parte dos casos acometem o sexo masculino em faixas etários específicas: dos 6 meses até 1 ano e dos 05 ate os 19 anos”, esclareceu.

A enfermeira expôs uma linha temporal que ilustra a progressão da doença: após aparecer o sinal do exantema, que indica que a infecção, ocorreu de 7 a 21 dias antes deste sinal. Ela destacou que o período de transmissibilidade do vírus se dá 6 dias antes do exantema até 4 dias após surgir o mesmo. “A notificação do Sarampo deve ser 24 horas até o surgimento do caso, ao mesmo tempo, porém, até 48 horas devem ser feitas investigações sobre os ambientes que essa pessoa frequentou e quem ela teve contato, sendo que o bloqueio dessas pessoas deve ocorrer até no máximo 72 horas após notificação da suspeita doença. Todas as pessoas que entraram em contato com o doente inclusive, o mesmo, fica uma semana sob a avaliação da vigilância epidemiológica. O período para surgir complicações pode acontecer até 28 dias após a manifestação do exantema”, enfatizou.

Nara descreveu o fluxograma da Secretaria de Saúde do Estado de Minas Gerais em relação aos casos de Sarampo. Acrescentou que a febre e o exantema são sinais clássicos junto com a coriza, tosse ou conjuntivite. Explicou que os casos devem ser notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação ( SINAN) e no CIEVS. “Concomitantemente a isso, os bloqueios vacinais devem ser investigados nas pessoas que tiveram contato com o infectado, sendo realizado a coleta de exames até 5 dias após os sintomas”.

A enfermeira alertou, ainda, sobre o equipamento de proteção individual que os profissionais e as pessoas infectadas necessitam utilizar.

Dentre as complicações do Sarampo, ela apresentou a otite média aguda, diarréia, pneumonia, encefalite, febre, cefaléia, vômitos, confusão mental, convulsão, sinais meníngeos. Explicou que o tratamento consiste na prevenção da desidratação, perda de peso, reconhecimento e tratamento das infecções, combate as bactérias secundárias, além da reposição da Vitamina A. Em relação a prevenção, ela afirmou que a imunização correta pode evitar doenças, sendo assim, a vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), deve ser administrada aos 12 meses de idade.

Ainda de acordo com a enfermeira, aos 15 meses, deve ser administrada uma dose da vacina tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e varíola), que corresponde à segunda dose da vacina tríplice e uma dose da varicela. Caso haja atraso na vacinação, crianças até quatro anos de idade ainda poderão receber a vacina com o componente varicela. Ela explicou que a partir de cinco anos até os 29 anos de idade, deverão ser administradas duas doses com a vacina tríplice viral e que as pessoas de 30 a 49 anos de idade devem receber uma dose, englobando os profissionais de saúde ou motoristas, profissionais do sexo, turismo.