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II Jornada de Enfermagem em Terapia Intensiva discute cuidados com o idoso em UTI

Com o objetivo de atualizar o conhecimento dos profissionais de saúde e estudantes sobre o atendimento à pessoa idosa em Unidades de Terapia Intensiva foi realizada a II jornada de Enfermagem em Terapia Intensiva, nos dias 10 e 11 de agosto, na Escola de Enfermagem da UFMG.

O evento foi organizado pelos alunos do Curso de Especialização em Assistência de Enfermagem de Média e Alta Complexidade da Escola de Enfermagem da UFMG, por meio da especialidade Enfermagem em Terapia Intensiva, sob coordenação da professora Anadias Trajano Camargos. A enfermeira e aluna do curso, Júlia Maria Dias, que faz parte da comissão organizadora do evento, destacou que abordar esse tema é fundamental. “As pessoas estão despreparas para lidar com o idoso, que tem suas particularidades. Nossa programação incluiu discussões sobre Acidente Vascular Encefálico, Parada Cardiorespiratória (AVC), Segurança do paciente destacando o risco de quedas em idosos em UTI, Uso de fármacos potencialmente perigosos para idoso em UTI, entre outros”.

Helton Joaoa XXIIIAcidente Vascular Encefálico (AVC) foi tema abordado pelo médico neurocirurgião do Hospital João XXIII de Belo Horizonte, Helton Gonçalves Martins. De acordo com ele, o AVC no idoso é algo preocupante, porque a população está envelhecendo mal, sem ter cuidados especiais, sem atividade física e alimentação adequada o que causa comorbidades que serão fundamentais para acontecer o AVC. “Em 2047 teremos 20% dos brasileiros acima dos 65 anos, é preciso envelhecer bem. As comorbidades que temos por AVC como hipertensão, diabetes, colesterol alto e tabagismo, encontramos a todo momento nos Postos de Saúde e observamos que o paciente não se cuida. São causas primordiais para acontecer o AVC, e depois que ele acontece, não tem mais o que fazer, é uma área do cérebro que terá uma obstrução. São causas muito preveníveis, que podemos cuidar e fazer que nossa população de idosos tenha uma qualidade de vida melhor. O sistema de saúde está montado para assistir a população, mas a população precisa ajudar, auxiliando com prevenção”, enfatizou.

O médico ressaltou, ainda, sobre a importância de discutir sobre esse tema com profissionais e estudantes e disse que o enfermeiro que está dentro do Centro de Tratamento Intensivo é fundamental no tratamento do paciente com AVC. “O paciente neurológico, que é crítico a todo momento, precisa de cuidados e o profissional precisa conhecer a doença, saber interfaces, riscos, protocolos e avaliações”, finalizou.

Bárbara DiasA enfermeira e especialista em Terapia Intensiva Bárbara Cristina Dias, docente da Unifenas discutiu sobre a Segurança do paciente destacando o risco de quedas em idosos na Unidade de Terapia Intensiva. Segundo ela, atualmente o número de idosos aumenta de uma forma muito acelerada no Brasil, e esta é uma faixa etária muito propensa às quedas. “Nós, profissionais e enfermeiros da Terapia intensiva, precisamos saber como prevenir esse evento, que não é tão comum dentro da Terapia Intensiva, mas ocorre. Discutimos quais os instrumentos o enfermeiro deve utilizar para prevenir esse evento adverso que, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária é o 2° com o maior número de modificações”, enfatizou.

A enfermeira falou, ainda, sobre Escala de Quedas de Morse (MFS), uma escala de avaliação do risco de queda, desenhada para adultos e amplamente utilizada no nosso país e sobre Johns Hopkins, que ainda não é utilizada no Brasil, mas já tem validação transcultural.

A enfermeira intensivista da Unimed-BH, Patrícia Ribeiro ministrou palestra sobre pneumonia, complicações em pacientes idosos e a utilização de ventilação mecânica em UTI. Segundo ela, o idoso é diferenciado e precisa de cuidados específicos que devem ser redobrados. “Como o idoso é um ser senil e já tem várias outras comorbidades que estão permeando na vida dele, quando tem uma infecção respiratória, outros fatores já estão envolvidos, como a parte cardíaca, o próprio envelhecimento das células pela idade, tudo isso complica mais, fazendo com que demore mais a sair dessa infecção e muitas vezes é intubado, entrando em ventilação mecânica, invasiva ou não invasiva”, explicou.