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Racismo institucional e a mulher na sociedade atual são discutidos em debate

O Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico (Nupad) realizou na Escola de Enfermagem da UFMG, na tarde desta quarta-feira, 25 de julho, o evento “Racismo institucional e a mulher na sociedade atual: processos históricos, saúde e feminismos”, em celebração ao Dia da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha.

Maria ZenóPara Maria Zenó, presidenta da Associação Dreminas, a data é importante para as mulheres negras refletirem acerca das violências vividas diariamente por elas. “Eu não me reconheço no dia 8 de março, que é o Dia Internacional da Mulher. Eu me reconheço no dia 25 de julho”, afirmou.

Com apresentação do curta-metragem Kbela, de Yasmin Thayná, o evento aborda o tema da resistência e da luta de mulheres negras pelo direito de terem sua beleza natural, sem intervenção da indústria e da opinião da sociedade. A mesa-redonda composta por Lorena Lemos, Karoline Silva e Enia Dara, acordou a respeito da interseccionalidade no contexto da saúde pública brasileira, dos feminismos e do protagonismo das mulheres negras, e da identidade, moda e empoderamento feminino.

“A gente espera que não precise ter um dia para falar desse tema, que todos os dias possamos falar da mulher negra, que é o maior número da população brasileira, falar do contexto em que ela se insere e do genocídio da juventude negra”, concluiu Maria Zenó.

A ação é promovida pelo “Projeto Racismo Institucional: a Doença Falciforme e seus Contextos Sociais”, por meio do Grupo Técnico Racismo Institucional, vinculado ao Centro de Educação e Apoio para Hemoglobinopatias de Minas Gerais (Cehmob-MG).

Dia da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha
DEBATTE RACISMO2A data foi instituída em 25 de julho durante o I Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-caribenhas, realizado em 1992, em Santo Domingo (República Dominicana), e visa debater questões relacionadas às interseccionalidades, em que opressões como o racismo, o sexíssimo, o classismo, a lgbtfobia e a xenofobia podem incidir simultaneamente na vivência das mulheres negras.

A data também faz referência ao Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, instituído pela presidenta Dilma Rousseff em 2014. Tereza Benguela liderou entre 1750 e 1770, após a morte de seu companheiro, José Piolho, o Quilombo do Quariterê, situado entre o rio Guaporé e a atual cidade de Cuiabá, capital de Mato Grosso.
(Com Assessoria de Comunicação da Faculdade de Medicina da UFMG)