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Ex-alunos da UFMG podem participar de pesquisa sobre hábitos alimentares

Termina na próxima terça-feira, 31, o prazo para inscrições no projeto Coorte de Universidades Mineiras (Cume), pesquisa que visa construir banco de dados para mapear os hábitos alimentares dos brasileiros. Podem participar egressos de cursos de graduação ou de pós-graduação das universidades federais de Viçosa (UFV), de Minas Gerais (UFMG), de Ouro Preto (Ufop), de Lavras (Ufla) e de Juiz de Fora (UFJF), que residam em qualquer parte do território nacional. Para participar da pesquisa, basta realizar cadastro e responder os questionários.

Adriano Pimenta CUMEAs informações coletadas vão compor banco de dados que dará subsídios para que os pesquisadores avaliem o impacto de grupos de alimentos e de fatores dietéticos específicos no desenvolvimento de doenças e agravos não transmissíveis (Dant), como doenças cardiovasculares, neoplasias, doenças respiratórias crônicas e diabetes. “Também serão exploradas ocorrências como hipertensão, depressão, acidentes e violências”, explica o professor Adriano Marçal Pimenta, do Departamento de Enfermagem Materno Infantil e Saúde Pública da Escola de Enfermagem da UFMG e um dos coordenadores do Cume.

Segundo ele, as diretrizes nacionais vigentes de promoção da saúde, prevenção, controle e tratamento de doenças relacionadas aos hábitos alimentares estão baseadas em resultados de estudos realizados fora do país, que não refletem de maneira fidedigna os costumes dos brasileiros. Assim, a participação dos voluntários nesta pesquisa é primordial para que possa ser compreendido o atual estilo de vida da população do país, de forma a auxiliar na elaboração de políticas públicas mais adequadas à realidade atual brasileira.

Além de Adriano Marçal, participam da coordenação geral da pesquisa as professoras Josefina Bressan e Helen Hermana Miranda Hermsdorff, da UFV.

Universitários egressos
De acordo com o professor Adriano Marçal Pimenta, a opção por alunos egressos das universidades se deu porque, segundo publicações científicas, quanto maior a escolaridade dos participantes, melhor é a qualidade dos dados fornecidos. “Além disso, ex-alunos de instituições de ensino superior tendem a participar de maneira mais consistente, uma vez que compreendem a importância das investigações científicas para a produção de conhecimentos a serem, futuramente, aplicadas na sociedade”, explica Adriano.

A coleta de dados foi dividida em duas etapas. Na primeira, o participante responderá questões relativas às características demográficas, socioeconômicas, estilo de vida e diagnósticos de saúde. Na segunda, será aplicado o Questionário de frequência de consumo alimentar (QFCA), já validado para a população brasileira.

Dessa forma, explica o professor, será possível avaliar o padrão de consumo alimentar dos participantes e caracterizá-lo como tipicamente brasileiro ou não. “Ao mesmo tempo, os egressos vão informar sobre diagnósticos de saúde, o que torna possível fazer uma correlação entre a exposição ao padrão alimentar e a ocorrência de enfermidades crônicas”, complementa o coordenador.

A cada dois anos, os voluntários receberão questionários de seguimento, para possibilitar ao Cume a avaliação de mudanças no estilo de vida e incidências de doenças e agravos. Aleatoriamente, alguns participantes poderão receber convite para participar de alguma das etapas presenciais de validação, em que são realizados exames físicos.

Coorte de universidades mineiras
Na área da estatística, estudo de coorte é um conjunto de pessoas que compartilham características relevantes para pesquisa. A primeira fase do projeto Cume aconteceu em 2016, com participação de aproximadamente cinco mil egressos das universidades UFV e UFMG. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail projetocume@gmail.com ou no site do projeto Cume.

Alguns resultados dessa fase foram publicados na Revista Mineira de Enfermagem e também serão divulgados nas próximas edições do International Journal of Epidemiology.
(Com Centro de Comunicação da UFMG)