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Atualização em consultas de enfermagem no pré-natal é tema de webconferência

A professora da Escola de Enfermagem da UFMG, Torcata Amorim realizou uma webconferência sobre a atualização das consultas de enfermagem no pré-natal no Projeto Telenfermagem da Escola de Enfermagem da UFMG. Torcata fez uma análise sobre o conceito de morte materna explicando que esta morte ocorre na mulher em idade fértil (10 a 49 anos), na gravidez ou até 42 dias pós-parte decorrente de agravos oriundos ou agravados pela gestação que sejam por causas indiretas (doenças que se desenvolvem na gestação) ou por causas diretas (doenças ou agravos que ocorrem durante o período gestacional). A professora apresentou dados que revelam uma realidade triste no Brasil: O número de mortes maternas por 100.000 nascidos vivos no país é maior que a estimativa considerada inaceitável pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que tem como um dos objetivos do milênio reduzir em 75% a mortalidade materna no mundo. “O esforço é justificável, pois, estudos no mundo indicam que maior parte das mortes maternas podem ser evitadas”.

Torcata AmorimA professora apresentou um estudo do ano de 2010 a respeito do tema mortalidade materna em Belo Horizonte/MG. Foram identificados naquele ano 23 mortes maternas na capital mineira, sendo que dessas 15 casos foram diretos e 8 foram de ordem indireta. Dessas 23 mortes, 5 não realizaram o pré-natal e 16 realizaram de forma incompleta revelando a fragilidade na assistência a essa mulher num período de tensões e anseios de sua vida.

A assistência à mulher no pré-natal, segundo Torcata, é um indicador importante na qualidade do serviço de saúde prestado à mulher. “Aliado a esta modalidade, existem atividades que vão desde o ciclo pré-concepcional, até o puerpério que podem garantir à mulher cuidado contínuo”, disse. Como indicadores do pré-natal, a professora apresentou os seguintes aspectos: 1º trimestre de gestação com acompanhamento profissional; Percentual de mulheres inscritas no pré-natal em relação ao número de nascidos vivos; Percentual de mulheres com seis ou mais consultas de pré-natal; Consulta de puerpério; Realização de todos os exames básicos e consulta puerperal; Percentual de mulheres inscritas que fizeram o teste anti-HIV e Percentual de mulheres inscritas que receberam a dose imunizante da vacina anti-tetânica.

Torcata destacou que de acordo com o Ministério da Saúde, desde 1997, o enfermeiro está habilitado para acompanhar o pré-natal de risco habitual na atenção básica e que isso deve ser realizado em harmonia com o protocolo institucional. Ela considera que esse enfermeiro deve ser competente para abordar questões sensíveis e necessárias à mulher que vão desde os exames necessários até orientações e visitas a maternidade de referência e atividades em grupos.

Considerando a sua experiência como enfermeira obstetra, Torcata elencou temas importantes a serem trabalhados com objetivo educativo para as gestantes como: Alterações corporais; Incentivo ao aleitamento materno; Sinais de alarme na gravidez e reconhecimento do trabalho de parto; Maternidade de referência e Plano de parto.

Além disso, a professora explica sobre a necessidade de se avaliar e preencher o cartão da gestante na aba pré-natal de forma correta e completa. Afirma, ainda, o quanto é imprescindível uma boa assistência, pois serve de subsídio não apenas para a mulher, mas para os demais profissionais de saúde que participarão do cuidado a essa mãe. “O enfermeiro na consulta não pode esquecer da periodicidade de exames e dos suplementos necessários para a gestante neste período”, pontuou.

Torcata aconselhou que uma das principais assistências que o enfermeiro ou médico pode realizar no pré-natal é saber escutar as mulheres. Deixá-las serem de certa forma protagonistas deste momento de suas vidas, sanando suas dúvidas e informando principalmente sobre os seus direitos trabalhistas.