Apresentacao

Palestra proferida na solenidade comemorativa dos 75 anos da Escola de Enfermagem da UFMG, em 5 de setembro de 2008

TÍTULO: Escola de Enfermagem Carlos Chagas (1933 – 1950): A Deus - Pela Humanidade - Para o Brasil

 

Magnífico Reitor Prof. Ronaldo Tadêu Pena, Senhora Vice-Reitora, Profa. Heloisa Starling, Senhora Diretora da Escola de Enfermagem Profa. Marília Alves, Senhora Vice-Diretora da Escola de Enfermagem, Profa. Andréa Gazzinelli, demais autoridades presentes, professores, funcionários técnico-administrativos, alunos, senhoras e senhores.

 

Boa noite a todos e a todas!

 

É com muita satisfação e com muito orgulho que estou aqui comemorando com todos vocês os 75 anos de existência da Escola de Enfermagem da UFMG. É um privilégio participar deste evento. Sinto-me imensamente honrada. Esta Escola é uma casa que me acolheu para estudar e trabalhar e que eu adotei de coração, há 33 anos. Além de tudo de bom que ela significa para mim, ressalto que ela representa um lócus privilegiado de pesquisa sobre história da enfermagem e da saúde.

 

Agradeço à Profa. Andréa e à Profa Marília pelo convite para proferir esta palestra, o que me deixou muito feliz. Eu entendi que o convite tinha um objetivo muito claro. A diversidade e a versatilidade dos inúmeros projetos e programas desenvolvidos pela Escola, ao longo dos seus 75 anos, mostra que a preservação da sua memória e história é um deles. A criação do seu Centro de Memória em 2006, um projeto idealizado pelos dirigentes da Escola desde a década de 1980, representa a preocupação da Escola com o seu patrimônio histórico. Um patrimônio construído e em permanente construção por todas as pessoas que fizeram ou fazem parte desta Instituição, que deixam nela a sua marca. Nas palavras de Bourdieu, a história de uma instituição é marcada não por uma lógica unívoca, seguindo uma única direção. Isto é, “a razão e a razão de ser de uma instituição (ou de uma medida administrativa) e dos seus efeitos sociais, não está na ‘vontade’ de um indivíduo ou de um grupo mas sim no campo de forças antagonistas ou complementares no qual, em função dos interesses associados às diferentes posições e habitus dos seus ocupantes, se geram as ‘vontades’ e no qual se define e se redefine continuamente, na luta – através da luta – a realidade das instituições e dos seus efeitos sociais, previstos e imprevistos”. (1989, p.81, O poder simbólico).

 

O meu desafio aqui hoje é levar cada um de vocês, um pouquinho que seja, a terem uma aproximação com a instituição Escola de Enfermagem Carlos Chagas. O sentido da minha fala é colocar a Escola de Enfermagem Carlos Chagas, se é que isto é possível, prestando homenagens à Escola de Enfermagem da UFMG e vice-versa. É a Escola EEUFMG celebrando a Escola Carlos Chagas. É mostrar para vocês a posição da nossa Escola no processo de institucionalização da profissão enfermagem, no Brasil, mais especificamente, em Minas Gerais tendo como referência, a Escola de Enfermagem Carlos Chagas – a Escola que deu origem à Escola de Enfermagem da UFMG. A Escola Carlos Chagas é a base que sustenta, historicamente, a Escola de Enfermagem da UFMG.

 

Escola Carlos Chagas, de 1933 a 1968 e Escola da UFMG, 1968 a 2008, são dois grandes marcos históricos. Outros marcos foram se constituindo nesses tempos e espaços como o de 1950 a 1968 em que a Escola funcionou anexada à Faculdade de Medicina, e outros marcos, mais recentes, estão em constituição. A partir de 2004 a Escola decidiu por produzir novos conhecimentos, com a criação do Curso de Nutrição e, a partir de 2009, vamos dar início ao Curso Análise de Sistema e Serviços de saúde, com a conseqüente produção de outros conhecimentos.

 

A historiografia da enfermagem brasileira mostra que a Escola de Enfermagem Carlos Chagas é a terceira escola de enfermagem criada no País que se mantém em funcionamento até os dias atuais. Ela é considerada, também, a segunda Escola a seguir as bases de formação de enfermeiras conforme o sistema nightingale de ensino e a primeira a buscar a sua equiparação ao “Padrão Ana Néri”.

 

A Escola de Enfermagem Carlos Chagas ao buscar adequar-se às exigências dos modelos educacionais e culturais no campo da enfermagem que se consolidavam no Brasil nas décadas de 1920 e 1930 foi a um só tempo se constituindo e afirmando uma identidade institucional. Ela construiu espaços e tempos particulares que lhe conferiram uma maneira própria de ser, uma maneira própria de se mostrar e de legitimar-se no campo da educação e da saúde em geral e no campo da enfermagem brasileira, em particular. Além de construir sua própria imagem para abrir canais de negociação com os poderes instituídos, ela lançou mão de um conjunto de medidas, de normas e de valores já legitimados pela própria sociedade. Assim, no decorrer do processo de institucionalização da Escola Carlos Chagas, foram construídas formas de pensamento, de símbolos, de imagens, de representações, enfim, uma cultura escolar foi se constituindo para orientar as condutas e os comportamentos, as formas de organização e de funcionamento da instituição.

 

As minhas pesquisas sobre história da enfermagem, particularmente, a de doutorado têm mostrado que ocorreu na Escola de Enfermagem Carlos Chagas a constituição e a configuração de uma cultura escolar institucional singular. O título desta palestra representa a síntese desta cultura escolar: a Deus – pela humanidade – para o Brasil, idéias que constituíam o lema da Escola.

 

Este lema está presente de forma expressiva na Escola Carlos Chagas e faz parte de uma escola de pensamento da enfermagem brasileira nas décadas de 1920 a 1940. Nessas décadas, a enfermagem brasileira vai sendo institucionalizada como profissão no Brasil por influência do sistema nightingale de ensino sob o comando de uma missão de enfermeiras norte-americanas convidada pelo médico sanitarista Carlos Chagas.

 

Qual era o sistema de valores educacionais que influenciaram esta escola de pensamento?: o espírito de Serviço. Nas primeiras décadas da profissão no Brasil o ensino de enfermagem estava fundamentado em quê?

* Na ênfase no aprender a cuidar, cuidando; com grande carga horária de prática.
* Em um currículo que exigia da aluna a dedicação de 48 horas semanais (Nessa época não era permitido o ingresso de homens na profissão)
* As alunas tinham noções de clínica (em disciplinas ministradas pelos médicos) e de técnicas de enfermagem – a arte de enfermagem (em disciplinas ministradas por enfermeiras, as instrutoras de enfermagem)
* A vinculação escola-serviço era condição determinante da qualidade ensino-aprendizagem, então, toda escola buscava ter seu próprio hospital.

 

No espírito de SERVIÇO, era enfatizado

* A abnegação em servir
* A submissão e vocação para a dedicação à profissão e a
* Produção de rituais semelhantes aos da educação religiosa

 

Na década de 1940, as candidatas ao curso na Escola Carlos Chagas, no preenchimento da ficha de inscrição, tinham que dizer o que as motivava cursar enfermagem: se era por vocação, se era por meio de vida, por facilidade do curso, se era por ser útil à humanidade ou por achar nobre e bela a profissão. A maioria respondia que era para ser útil à humanidade.

 

Vejam bem!!!!

 

A Escola de Enfermagem Carlos Chagas é uma instituição que se constituiu em um momento de modernização do país em que a enfermagem está se constituindo no diálogo com o campo da medicina, com o campo da educação, com o campo das confissões religiosas, com as cidades que se organizam; é uma instituição que é fruto e que atua nesse diálogo em que perpassam diversos saberes. Ou seja, ao mesmo tempo em que a Escola está dialogando com diversos e diferentes movimentos sociais, culturais e políticos, ela é parte desses movimentos.

 

Assim, em seu processo de institucionalização, a EECC constituiu e legitimou uma cultura escolar que lhe conferiu singularidade. Dessa forma, deu-se visibilidade social a uma cultura institucional que foi se constituindo, ao mesmo tempo em que se elaboravam representações da Escola, da enfermagem e da enfermeira imbuídas do espírito de brasilidade, de patriotismo e de religiosidade, em consonância com o debate intelectual reinante, no País, nas décadas de 1920 e 1930, em que a identidade nacional era colocada como questão de primeira ordem. Uma cultura institucional que, em sua materialidade e em suas práticas escolares – tempos, espaços, currículos, materiais didáticos, processos avaliativos e de controle, corpo docente, dentre outros –, deveria assemelhar-se às normas oficiais do sistema educacional brasileiro em geral, e do ensino de enfermagem, em particular. Nessa constituição de identidade, ao mesmo tempo em que a EECC tinha que espelhar-se na EEAN, ela queria dela diferenciar-se. Em outras palavras, em seu processo de institucionalização, a Escola Carlos Chagas buscou posicionar-se como uma escola brasileira católica cristã em solo mineiro, trazendo para o seu campo de luta uma grande aliada, a Igreja Católica, representada por Laís Netto dos Reys (idealizadora, organizadora e primeira Diretora da Escola), e por outros intelectuais militantes católicos, como o Padre Álvaro Negromonte. Portanto, no período de 7 de julho de 1933, data de sua criação, a 3 de dezembro de 1950, data que antecede a sua anexação à Faculdade de Medicina, a Escola atuou de forma a colocar em prática o seu lema: A Deus – pela humanidade – para o Brasil.

 

Tornar-se uma escola de enfermagem num vasto campo de identidades pessoais e institucionais criando-se e recriando-se em meio a dimensões socioculturais e políticas que buscavam adquirir visibilidade e inteligibilidade, tais como modernidade, tradição, educação, enfermagem, profissionalização da mulher, medicina, ciência, Estado, Igreja, religião, saúde, doença, não foi tarefa fácil. Assim, ao colocar-se no campo das lutas de representação demarcando a sua identidade institucional, a Escola Carlos Chagas foi criando, incorporando e recriando uma cultura escolar que evidenciou, simbólica e materialmente, os seus saberes e fazeres escolares produzidos e representados por alguns de seus principais elementos: os sujeitos, que em seus tempos e espaços, se articulam e se estruturam em torno da produção desses conhecimentos. Não um conhecimento qualquer.

 

Vejam bem!! A produção desses conhecimentos ocorreu no interior de uma instituição educativa para a formação de mulheres – mulheres-enfermeiras, moças e demais mulheres – interessadas em saberes que foram considerados por parte da intelectualidade brasileira e incorporados por essa intelectualidade, nessa época, como conhecimentos úteis para a mulher brasileira.

 

A necessidade e a utilidade desses conhecimentos estavam estreitamente vinculadas e sintonizadas com a dinâmica do processo de modernização do País, no qual a educação ocupou e assumiu um lugar de destaque nos discursos oficiais. Discursos estes que no governo Vargas, colocaram o sistema educacional a serviço da implantação de uma política autoritária, orientando-se por temas que, mesmo não constituindo um programa educacional estruturado, foram se definindo à medida que se acentuava o caráter autoritário do governo. Dentre esses temas destacam-se a concepção de educação como problema nacional, a ligação entre a educação e a saúde, bem como a ênfase na educação moral.

 

A crença no poder da educação para o crescimento do País repercutia na política educacional e na criação de mais escolas. E a esse aumento e a essa demanda corresponderam representações que atribuíam às mulheres o papel de regeneradoras morais da sociedade, o que se faria, principalmente, pela inserção delas no campo educacional. Se o magistério, desde fins do século XIX, no Brasil, já era considerado uma profissão ideal para a mulher, na década de 1920, a enfermagem surgiu como uma nova opção profissional para a mulher brasileira e, na década de 1930, para a mulher mineira. Na verdade, era cada vez mais marcante a presença da questão de gênero nos discursos oficiais. As profissões que não atendessem aos ditos padrões femininos ofereciam tenaz resistência à entrada da mulher, sob variados argumentos. Desde aqueles que seriam prejudiciais à sua frágil saúde e à dos futuros filhos, passando pela desagregação da família e as conseqüências para a sociedade e para pátria como por outros que espoliavam os direitos dos homens, que eram impedidos de se casar porque as mulheres usurpavam-lhes os empregos, roubando-lhes a oportunidade de constituir família.

 

Nessa época, a enfermagem começa a ser vista pela intelectualidade brasileira, mais especificamente pelos intelectuais do campo médico e da saúde, como uma profissão ideal para a mulher. Uma profissão que teve início na capital do País, Rio de Janeiro, na década de 1920, com muito sucesso e que precisava expandir-se para outros Estados da nação, para dar continuidade ao projeto higienista-sanitário no qual a enfermeira – a visitadora sanitária – era uma das figuras centrais.

 

As transformações socioculturais, econômicas e políticas que vão se concretizando no País após a Revolução de 1930, acontecem também no campo da enfermagem. Se o processo inicial de profissionalização da enfermagem no Brasil, orientada pelo sistema nightingale de ensino, ocorre com a criação e a organização da Escola de Enfermagem Anna Nery sob a mística da Fundação Rockefeller e com os fundamentos do papel civilizador dos Estados Unidos nas Américas, já a fundação da Escola Carlos Chagas, a sua organização e seus primeiros anos de funcionamento revestiram-se do sentimento nacionalista que plasmava no seio da sociedade e da ideologia da Ação Integralista Brasileira que proclamava a excelência dos valores cristãos e patrióticos. Ou seja, a Carlos Chagas foi criada na Era Vargas, no âmbito de um discurso nacionalista e religioso, que por diversos caminhos, como o da educação e da saúde, coloca em prática a busca pela constituição da “Unidade Nacional”.

 

Nessa cosmovisão de educação e saúde, proclamada pela intelectualidade brasileira, o ensino na Carlos Chagas, em seus primeiros anos de funcionamento, dava ênfase à formação da mulher para ser útil à sociedade não, necessariamente, com a sua inserção no mercado de trabalho. Ou seja, a Escola preocupava-se com a formação da mulher em geral; além do curso de enfermagem eram oferecidos outros cursos com este objetivo. Apenas o curso de Enfermagem Geral era voltado para a profissionalização da enfermeira, propriamente dita e, como conseqüência, para a entrada da mulher no serviço de saúde pública do Estado e nas instituições hospitalares, um campo de trabalho em expansão, nessa época, para a nova profissional.

 

A profissionalização da enfermeira para atender a expansão do mercado de trabalho exigia conhecimentos especializados, o que era atendido pela enorme carga horária prática do curso. Contudo, a idéia de formação integral pretendida na Escola carrega uma concepção de educação na qual a ênfase está na formação de atitudes, hábitos e comportamentos que dizem respeito à postura da mulher nos diversos setores sociais, e não apenas nos ambientes de atuação profissional. Em hipótese alguma a aluna podia se esquecer de que, antes de ser enfermeira, ela era uma mulher, mas, que para o exercício da profissão, deveria deixar de ser mulher. Sem dúvida alguma essa ambigüidade no papel da mulher, à época, contribuiu para o reduzido número de diplomadas pela Escola Carlos e para a elevada desistência ao curso (mais da metade desistiam). Fato que acontecia aqui e em outras Escolas de Enfermagem em funcionamento, no País. Nessa época, as mulheres deveriam optar entre ser mulher ou ser enfermeira; poucas foram aquelas que conseguiram se afirmar em ser-mulher-enfermeira-profissional.

 

Vejam bem!!!.... a finalidade da educação na Escola Carlos Chagas e a forma como a Escola se organizou para desenvolver com eficiência esta função tinha um objetivo bastante definido: formar a mulher-enfermeira, mais propriamente, a enfermeira cristã católica. Assim, a cultura escolar que foi se afirmando, tão arraigada em princípios da moral cristã católica, nos permite compreender, nos dias atuais, as razões para que muitas pessoas da comunidade da EEUFMG continuem achando que a Escola foi criada por religiosas, bem como os comportamentos e atitudes “moralizadoras” que foram se perpetuando nos tempos e espaços pessoais e institucionais.

 

Para encerrar, é importante destacar que os estudos e pesquisas históricas sobre a Escola de Enfermagem da UFMG só são possíveis porque as suas primeiras diretoras tiveram a intencionalidade e conseguiram preservar determinados documentos. Assim, o conjunto de documentos que se encontra hoje no Centro de Memória desta Escola já permitiu a realização de pesquisas, inclusive de mestrado e de doutorado e apresenta possibilidades para abordagem de outros temas referentes à história da saúde e da enfermagem. O acervo da Escola Carlos Chagas, 1933-1968, apresenta uma organização já disponível para pessoas interessadas em estudos e pesquisas nesse tema. O acervo 1968-2008 exige, ainda, muitos investimentos na sua organização. Na enfermagem e em todas as áreas de conhecimento do nosso País, a fragilidade da política de preservação das memórias institucionais, até poucos anos atrás, é pública. Não há dúvidas sobre o aumento de investimentos nessa área, mas ainda é muito pouco quando se parte da idéia de que história é uma possibilidade de interpretação da ação humana transformadora no tempo e que a produção de conhecimento histórico exige a presença do documento. Documento entendido, de acordo com Le Goff “[...]. Como tudo o que, pertencendo ao homem, depende do homem, serve ao homem, exprime o homem, demonstra a sua presença” (Le GOFF, 1992, p. 540).

 

Finalizando, podemos afirmar que os setenta e cinco anos de existência da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais estão indelevelmente marcados na história da educação, da saúde e da enfermagem no Brasil. O trabalho e o conhecimento produzidos durante o cumprimento da digna missão a que se propôs – educar para “o cuidar da vida humana” - estarão guardados para sempre nos avanços realizados na educação e saúde nas terras mineiras.

 

Desde o sonho e audácia das pioneiras...

 

passando pela paixão traduzida pelo desejo, coragem, desafio, esforço e luta dos sucessores...

 

até tudo aquilo que impulsiona cada ser humano, na busca da superação e transcendência,

 

- eis alguns dos valores que estão presentes na construção e trajetória da Escola.

 

Grandes mulheres, grandes autoridades civis, militares e eclesiásticas participaram dessa construção, bem como funcionários, professores, pessoas leigas e religiosas, que, por profissão, vocação e fé, assumiram a missão de preparar gerações, comprometidas em consolidar e dar visibilidade a uma profissão, até 2007, a enfermagem, empenhada na luta, defesa e preservação da vida. Gerações de alunas e alunos que representam sonhos e conquistas alcançadas.

 

Vitórias e sucessos foram vislumbrados pela mestra Izaltina Goulart de Azevedo - aluna, professora e diretora desta Escola - em discurso proferido no XXIV Congresso Brasileiro de Enfermagem realizado, em 1972, em Belo Horizonte em que ela sugere que digamos sempre sim aos resultados das lutas e das pelejas dos nossos pioneiros e aos grandes benefícios que nos legaram; que procuremos sempre o nosso lugar mais acertado nesse mundo em debate e que atendamos aos apelos dos que necessitam do nosso trabalho, da nossa honestidade de propósitos, da nossa cooperação para a saúde dos seres humanos. Nas sábias palavras da mestra, verificamos que “na história das grandes conquistas uns tombaram no caminho; mas outros surgiram e empunharam as suas bandeiras, conduzindo-as, corajosamente, pelas trilhas dos predestinados à realização de altos objetivos”.

 

Assim, a bandeira da Escola de Enfermagem da UFMG, empunhada no dia 7 de julho de 1933, é testemunha do empenho das pioneiras e da garra de seus sucessores que alcançaram os “altos objetivos”, ao colocar a Escola como sede-espaço de fonte de conhecimentos em ciências da saúde, a jorrar bálsamo salutar nas férteis terras das Minas Gerais como em todo o solo brasileiro...

MUITO OBRIGADA!!!

 

Professora Geralda Fortina dos Santos

Belo Horizonte, 05 de setembro de 2008

 

REFERÊNCIAS

BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1989.

Le GOFF, Jacques. História e Memória. Campinas: Ed. da Unicamp, 1992.